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BC vai entregar inflação condizente com meta

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SÃO PAULO, 26 de maio de 2008 - O aumento de preços no atacado, superior ao verificado no varejo, é reflexo de uma demanda aquecida que gera riscos de repasses generalizados ao varejo. A afirmação foi feita pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, em entrevista exclusiva à Agência Brasil neste fim de semana

Segundo ele, hoje há uma inflação não só de alimentos, mas de matérias-primas, metais, químicos, petróleo e serviços. Essa inflação será mantida num patamar consistente com a trajetória de metas com uma economia crescendo de forma sustentável.

Para ele, caso o presidente da República e o Congresso Nacional decidam por uma elevação do superávit primário (a economia que o país faz para honrar seus compromissos financeiros), isso ajudaria na medida em que a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) cairia com maior rapidez, potencializando ainda mais a atual política monetária. Ele deixou claro que não cabe ao Banco Central definir quais são a prioridades do país, em termos de gasto público.

Meirelles também afirmou que o controle da inflação será feito pelo BC com a taxa básica de juros, descartando alterações no sistema de compulsórios sobre depósitos à vista (dinheiro que os bancos repassam ao BC). Segundo ele, a experiência acumulada nos últimos dez anos de metas de inflação pode ajudar no atual esforço de controle dos preços. "Usando a analogia do tiro ao alvo, o Banco Central sempre mira na meta. Depois do tiro disparado pode haver um vento forte que desvie um pouquinho a bala. Mas a próxima bala vai ser de novo atirada em direção à meta", disse.

Ele lembrou que, quando o Banco Central manifestou preocupação com a inflação, muitos analistas de mercado acharam que a autoridade monetária exagerava. Mas, à medida que se confirmaram as preocupações do BC, muito desses analistas reagiram de uma forma "talvez também exagerada´. ´Antes estavam, talvez, eufóricos. Hoje estão próximos do pânico´, enquanto o Banco Central mantém "absoluta serenidade", uma vez que o que está acontecendo atualmente já estava previsto. "O Banco Central previu toda esta manifestação, anunciou e está tomando medidas a tempo", disse Meirelles.

(Redação - InvestNews)