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Cautela predomina e taxas sobem na BM&F

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SÃO PAULO, 21 de maio de 2008 - A cautela deu o tom dos negócios no mercado de renda fixa nesta quarta-feira, ainda com os investidores preocupados com os dados de inflação divulgados nos últimos dias e também com a forte alta dos preços do petróleo no mercado internacional. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) subiram e o volume de negócios foi considerado normal para uma véspera de feriado. O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, com 312,2 mil contratos fechados e giro de R$ 25,1 bilhões, apontou taxa anual de 14,36%, ante 14,28% do ajuste anterior.

Diante de um cenário preocupante para a inflação, profissionais acreditam que o ciclo de aperto monetário deverá se estender por boa parte deste ano. Para o banco Real, possivelmente até outubro, quando o nível de atividade, que já dá leves sinais de abrandamento, terá mais claramente deixado de mostrar aceleração no crescimento, e as expectativas de inflação terão arrefecido. Vale lembrar que a autoridade monetária continuará atenta as expectativas de inflação e descompasso entre oferta e demanda, para estabilizar a economia nos próximos meses. Isso significará juros mais altos por algum tempo.

Hoje os preços do petróleo voltaram a bater novos recordes, ultrapassando pela primeira vez os US$ 130. Para os economistas da Gradual corretora, os efeitos dessa alta será, inevitavelmente, uma inflação em escala global. A evolução dos preços em economias maduras e emergentes deve ser olhada com cuidado.

Nos Estados Unidos, os investidores monitoraram a divulgação da ata do último encontro do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos). O documento reduziu a previsão de crescimento econômico em 2008 e alertou para o aumento da inflação e do desemprego, mas também indicou que não deve cortar os juros novamente no curto prazo.

(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)