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Restringir exportação não soluciona abastecimento

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SÃO PAULO, 15 de maio de 2008 - O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein, estranhou a defesa dos representantes da cadeia produtiva de carnes, especialmente de aves e suína, de restrições às exportações brasileiras de milho, manifestada durante encontro do setor, que acontece em Florianópolis (SC). 'Defender o desastrado modelo argentino é estimular os consumidores a pleitearem dificuldades também às exportações de carnes', ponderou.

O que ocorre, segundo ele, é que o Brasil como um todo tem um excedente de 20% da produção de milho a exportar. 'Se há dificuldades locais de abastecimento, essa questão tem que ser resolvida localmente', afirmou. 'Não será coibindo as exportações de milho em geral que o problema será resolvido', assinalou. Para ele, não é justo participar de um processo de esmagamento de um setor, na tentativa de beneficiar outro.

Demonstrando que os produtores de milho não se encontram alheios às dificuldades de abastecimento em algumas regiões brasileiras, Odacir Klein anunciou que no início de junho, a Abramilho promoverá, uma reunião para a qual serão convidados os representantes da cadeia produtiva, com o objetivo de buscar soluções para aqueles que se sentem em dificuldades com relação ao abastecimento.

No primeiro trimestre, segundo dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, o milho foi um dos cinco principais segmentos do agronegócio responsáveis pela alta das exportações brasileiras. Esse conjunto respondeu, sozinho, por mais de 67% do resultado total das exportações do período, alcançando um total de US$ 10,9 bilhões contra US$ 9,8 bilhões obtidos nos primeiros três meses de 2007.

'A valorização do milho brasileiro no mercado internacional é irreversível', afirma o presidente-executivo da Abramilho. Para ele, mais do que nunca, o Brasil deve dar condições aos produtores para obterem maior produtividade em suas lavouras e, ao mesmo tempo, investir em infraestrutura para facilitar a circulação da produção em todo o território brasileiro.

(Redação - InvestNews)