´No fundo anterior, aplicávamos, em média, R$ 4 milhões em cada uma das cinco empresas de pequeno porte localizadas no Nordeste. Durante a fase de investimentos do RB Nordeste I foram identificadas boas oportunidades em empresas promissoras, que necessitavam de aportes superiores ao máximo permitido pelo primeiro fundo´, comenta Fernando Buarque, gestor do fundo. "A região Nordeste tem adquirido, cada vez mais, importância para a economia brasileira. Há projetos interessantes e mão-de-obra qualificada, entretanto, o acesso dessas empresas aos investidores é bem difícil. Por tudo isto, resolvemos elaborar um novo fundo para investimento nesta região, mas que, desta vez, pudesse abranger aportes maiores de investimentos´, completa.
O RB Nordeste I foi lançado em 2002 e está completamente investido. Para esta nova versão, o fundo destinará seus recursos em cerca dez empresas da região nos próximos 8 a 10 anos. Os investimentos podem variar entre R$ 10 milhões e R$ 25 milhões e são dedicados a empresas que tenham faturamento entre R$ 15 milhões e R$ 150 milhões. ´O foco será em empresas que precisem de capital para crescer e expandir suas atividades, principalmente, em empresas dos setores de alimentos e bebidas, agribusiness, tecnologia da informação, turismo e entretenimento, além do setor industrial (metal/mecânica e eletro/eletrônica), bens de consumo e energia, principalmente, as renováveis´, explica Buarque. ´No segmento de bebidas, devemos destacar que o aumento do consumo, principalmente de suco - uma vez que a agricultura de frutas no nordeste é farta -, cresceu muito, inclusive para exportação. Por isto esta é uma área que nos interessa bastante´, exemplifica o gestor.
Ainda de acordo com Buarque, uma das justificativas para aplicar naquela região é o consistente e qualitativo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Nordeste. ´O PIB da região nordeste tem crescido de forma mais avançada do que o resto da média do País. O mesmo observa-se no crescimento do consumo médio: enquanto a média do Brasil está em 8%, a região nordeste tem apresentado aumento entre 13% e 14% no consumo médio. Além disto, há uma crescente disponibilidade de mão-de-obra qualificada disponível a um custo mais competitivo do que em regiões como sul e sudeste do Brasil, por exemplo´, pondera o gestor.
Dos R$ 140 milhões que o RB Nordeste II captou para investimentos, metade será investido ainda neste ano, segundo Buarque. ´Já analisamos diversos projetos e alguns destes estão em fase de finalização. Há projetos espalhados por toda a região, mas o destaque está para os estados da Bahia e Pernambuco´, adianta o gestor que diz que a rentabilidade alvo do fundo é de retorno real superior a 25% ao ano.
O RB Nordeste II tem como investidores o BNDES (através do BNDESPar), a Finep, a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), o BB Investimentos, a Funcef (fundo de pensão do Caixa Econômica Federal), a Ceres (Fundo de Pensão da Embrapa), a Fachesf (fundo de pensão da Cia Hidrelética de São Francisco), o Grupo Tavares de Melo, a Desenbahia, e a Fundação Ecos, além da Rio Bravo.
(Angela Ferreira - InvestNews)