O governo anunciou R$ 21,4 bilhões em desonerações para o setor industrial entre os anos de 2008 e 2011. O plano engloba 25 setores e tem como meta elevar o nível de investimento na economia dos atuais 17,6% do PIB (soma das riquezas do país) para 21% até 2010 e também aumentar a participação do País nas exportações mundiais.
Além do ambiente internacional ameno, o expressivo superávit da balança comercial ajudou a pressionar as cotações. Na segunda semana de maio, o saldo comercial saltou para US$ 1,471 bilhão, elevando o volume acumulado no ano para US$ 5,877 bilhões.
Ovídio Soares, da mesa de operações da Finabank Corretora, atribui essa valorização mais acentuada ao movimento de realização do lucro. "Como subiu sucessivamente por quatro sessões, é natural que se faça ajustes e a tranqüilidade do quadro externo ajudou", diz.
Soares reitera que apesar da alta da semana passada, puxada por especulações de que o governo poderia intervir no câmbio, a expectativa continua a mesma: de dólar para baixo. "Como os boatos foram se dissipando, o dólar voltou a sua tendência natural, de queda. E caso algo de efetivo seja feito neste programa do governo, as exportações tendem a aumentar e o dólar pode caminhar mais rápido ladeira abaixo", comenta. "E aí sim, pode ser que o governo faça algo como elevar o IOF, ou até mesmo aplicar a quarentena para segurar as cotações", frisa.
Mesmo com a turbulência internacional no ano, a moeda dos EUA perde 6,3% sobre o real e pode acumular desvalorização ainda maior. Isto porque, a alta taxa de juros e o risco em baixa contribuem de forma expressiva para este cenário e a expectativa é de que o BC deva continuar com o aperto monetário devido à pressão sobre os preços. Para Soares, o Copom deve elevar a Selic em junho e sinalizar em seu comunicado o fim do ciclo. "Estamos pagando juro muito alto para manter o câmbio neste patamar. A dívida interna já ultrapassou R$ 1 trilhão", finaliza.
(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)