"Os grandes estão aumentando a exportação, enquanto os pequenos estão saindo. É o que está acontecendo por causa do câmbio", afirma Castro, citando que a perda de rentabilidade para os pequenos têm como componente, além da valorização do real, o elevado custo com mão-de-obra.
Segundo o executivo, os produtos mais afetados pelo câmbio são os manufaturados, que não têm cotação em bolsa, como ocorre com as commodities. "Mas como 65% da pauta de exportação é de commodities e seus preços são formados no mercado externo, as multinacionais estão conseguindo elevar suas receitas exportando menos", frisa, chamando atenção ao fato da concentração das vendas em empresas de grande porte.
Em contrapartida, beneficiadas pelo câmbio, as importações estão crescendo em rápida escala. Na comparação trimestral, até março, o número de empresas importadoras aumentaram em 2,365 mil, saltando de 18,477 mil em 2007 para 20,782 mil neste ano. Estes dados já refletem nas projeções para a balança comercial. O saldo, que fechou 2007 superavitário em US$ 40,039 bilhões, deve terminar 2008 em US$ 25 bilhões e 2009 em US$ 16,95 bilhões.
Cabe destacar que, com a valorização do real, os produtos internacionais estão mais baratos e já chegam à mesa da classe dos menos favorecidos. Porém, Castro alerta para os problemas de desemprego. "Como os produtos são mais baratos, algumas empresas estão fazendo substituição, o que já está gerando desemprego", diz, reiterando que apesar da carga tributária, a compra destes produtos é viável.
(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)