De acordo com analistas, o governo pode anunciar medidas para inibir a entrada de capital especulativo e a excessiva valorização do real, depois que o País obteve o status de "Investment Grade" na semana passada. Há instantes, o dólar comercial subia 0,18%, cotado a R$ 1,662 na compra e R$ 1,664 na venda.
Os rumores de que novas medidas poderão ser decididas nesta reunião eliminaram praticamente todo o efeito positivo da reclassificação sobre o câmbio, avalia Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK corretora. "Mas não acredito que decisões deste tipo sejam tomadas, uma vez que além de ineficazes, podem ter efeitos danosos para o país, uma vez que poderiam afugentar também o investidor de longo prazo e o investimento no setor produtivo", avalia.
A intenção de mudar as regras tributárias para afugentar o fluxo especulativo foi descartada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que argumentou em não acreditar em enxurrada de dólares no mercado, já que há falta de liquidez com o cenário internacional em crise.
Para Roberto Moraes, gerente da mesa de operações da Action Corretora, o noticiário fraco deve manter o câmbio estável. "A primeira quinzena do mês deve ser mais tranqüila, a agenda é fraca e o dólar deve oscilar entre R$ 1,65 e R$ 1,66", projeta. Segundo Moraes, o Banco Central manterá suas atuações diárias no mercado à vista, para reforçar as reservas internacionais, que vêm diminuindo nos últimos dias, com o pagamento de títulos.
No campo de inflação, mais um indicador veio pressionado, contribuindo para aumentar as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em mais 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
Em Wall Street, foi divulgado que a produtividade do trabalhador avançou 2,2% no trimestre, acima taxa de 1,5% esperada pelo mercado e da registrada na última medição.
(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)