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Inflação promove nova rodada de ajustes

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SÃO PAULO, 5 de maio de 2008 - As expectativas em torno da política monetária de curto prazo promoveram nova rodada de ajustes para as taxas de juros negociadas no mercado futuro. Passada a euforia inicial com o Grau de Investimento concedido pela Stantard Poor's ao País na última quarta-feira, o mercado de renda fixa volta para a realidade da inflação, que continua sendo o foco das atenções do colegiado do Banco Central (BC).

Os dados do boletim Focus não dão trégua em relação às expectativas para a inflação. Na edição divulgada nesta manhã, o boletim mostrou pela sexta semana consecutiva que as instituições financeiras consultadas pelo BC elevaram a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,79% para 4,86% ao final de 2008.

Ainda no campo da inflação, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) que registrou alta de 0,72% na leitura realizada dia 30 de abril. O resultado ficou um pouco acima da mediana das expectativas (0,70%).

Vale lembrar que na próxima sexta-feira será divulgado o IPCA de abril. O mercado prevê alta e uma taxa de até 5,04% em 2008, bem acima dos 4,50% da meta. Em relatório, a Gradual Corretora ressalta que a inflação está se tornando um problema em escala global, para muitos até mais que uma desaceleração na economia mundial. A questão é complexa e exige cuidado para analisá-la. Se por um lado à alta de preços reflete justamente a alta da demanda, e um nível de atividade maior, a inflação pode no médio e longo prazos desorganizar as economias e jogar tudo a perder num processo de concentração de renda futura. Os preços não dão sinais de arrefecimento e economia, como a brasileira, já pensa em estratégias para se proteger destes choques de preços.

Diante de um cenário ainda preocupante para a inflação, as projeções de juros subiram na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com os investidores realizando lucro. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2010 fechou com taxa anual de 13,68%, ante 13,56% do ajuste anterior.

(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)