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Investidor descarta corte da Selic neste ano

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SÃO PAULO, 1 de fevereiro de 2008 - O clima externo negativo e indicadores de inflação ainda pressionados continuam gerando dúvidas em relação ao rumo da economia brasileira e boa parte dos analistas de mercado financeiro já não estima redução na taxa Selic neste ano. Atualmente, a taxa de juro básica da economia brasileira vale 11,25% ao ano.

Para o economista da Geração Futuro, Gustav Gorski, ainda é cedo para se falar em reduções ou elevações na taxa Selic, principalmente, em um cenário tão incerto que vive hoje as principias economias do mundo. "Daqui para frente, os índices de preços dos próximos meses devem ser monitorados com atenção redobrada", disse.

Gorski lembra que a inflação do primeiro trimestre é sazonalmente mais elevada, tanto por conta dos alimentos quanto pelos reajustes anuais de contratos como mensalidades escolares. Para ele, somente no quarto trimestre do ano a conjuntura econômica poderá revelar os novos passos da política monetária.

Ontem o colegiado do Comitê de Política Monetária (Copom) deixou seu recado na ata da última reunião. No documento, o comitê avalia que a prudência passa a ter papel ainda mais importante no processo, diante dos sinais de aquecimento da economia e da elevação das expectativas de inflação, que elevaram os riscos para a concretização de um cenário inflacionário benigno, e que o Banco Central está pronto para agir para manter a inflação consistente com a trajetória das metas.

O último dia da semana no mercado de renda fixa foi marcado por cautela. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) as projeções de juros dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam sem direção definida. O DI de janeiro de 2009 subiu de 12% para 12,04% ao ano.

O economista da Geração Futuro disse ainda que o mercado recebeu notícias consideradas positivas, como por exemplo, a proposta da Microsoft para adquirir o Yahoo!. A oferta, de US$ 31 por ação, está estimada em aproximadamente US$ 44,6 bilhões. "Isso mostra que mesmo em torno das incertezas as empresas estão otimistas e com apetite para investir", friza o economista.

(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)