ASSINE
search button

Diferencial de juros a favor do Brasil faz dólar recuar

Compartilhar
SÃO PAULO, 31 de janeiro de 2008 - O mercado de câmbio doméstico se descolou do comportamento dos demais ativos nesta manhã. O dólar chegou a cair mais de 1%, puxado pelo corte de 0,50 ponto na taxa básica de juros norte-americana - movimento que favorece as operações de arbitragem - e também pelas movimentações em torno do interesse pela formação da Ptax - que liquida os contratos amanhã na BM&F.

Depois de oscilar entre a mínima de R$ 1,761 e a máxima de R$ 1,780, a divisa estrangeira cedia 0,56%, vendida a R$ 1,770. Na tarde de ontem, o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) decidiu, em linha com as expectativas, passar o juro primário de 3,5% para 3% ao ano e taxa de redesconto para 3,5%. Alguns analistas se questionam até que ponto a medida pode conter uma recessão nos EUA.

Diante das incertezas, o cenário continua tenso e volátil. Nos EUA, o efeito da crise (subprime) fez mais uma vítima. A maior seguradora de bônus, a MBIA, anunciou prejuízo de US$ 2,3 bilhões no quarto trimestre de 2007 - o maior da sua história. Por isso, voltam as especulações em torno do socorro da Casa Branca à esse tipo de empresa. Em Nova York, Dow Jones perdia 1,07% e Nasdaq 1,14%.

No Brasil, "a flexibilização do juro no hemisfério norte poderá reverter a saída de investidores estrangeiros e ser o marco para o reinicio forte das operações de derivativos na BM&F", acredita Sidnei Moura Nehme, economista da corretora NGO.

Entre as notícias, a divulgação de indicadores norte-americanos divide as atenções com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Lá fora, os gastos com consumo subiram 0,2%, a renda 0,5% e o PCE - medida preferida do Fed, expandiu-se 0,2%, todos em dezembro, enquanto que os pedidos por seguro-desemprego aumentaram em 69 mil na semana passada.

Por aqui, o documento mostrou que os membros do governo estão dispostos a agir caso a trajetória da inflação comprometa as metas. Semana passada, o Copom manteve a Selic em 11,25% ao ano.

(Simone e Silva Bernardino - InvestNews