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SÃO PAULO - O Banco Central acredita que a inflação no país ficará um pouco mais alta este ano, mas isso não comprometerá o crescimento esperado para a economia brasileira.
De acordo com o Relatório de Inflação do terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano com alta de 4 por cento, acima dos 3,5 por cento estimados no relatório de junho.
Apesar disso, a projeção para a taxa de crescimento não sofreu alterações. O BC continua indicando que espera uma expansão de 4,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Assim como na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC chamou atenção em seu relatório para a piora no cenário de preços nos últimos meses.
- O cenário benigno para os preços ao consumidor que vinha se materializado, com maior intensidade, desde meados do ano passado, arrefeceu - afirmou o BC no documento.
Apesar de ressaltar que essa pressão já era esperada e que a inflação, ainda assim, segue dentro da trajetória das metas, os diretores do BC indicaram mais uma vez que cautela continua sendo a marca registrada da política de juros no país.
- Em momentos como o atual, a prudência na condução da política monetária passa a ter papel ainda mais importante, haja vista que a deterioração do balanço de riscos inflacionários reduz a margem de segurança da política monetária.
DENTRO DA META
Para 2008, o BC indica uma alta de 4,2 por cento para o IPCA, praticamente no mesmo patamar do relatório de junho, quando o BC acreditava que o IPCA subiria 4,1 por cento no próximo ano.
Considerando o cenário traçado com base nas expectativas do mercado, as estimativas para o comportamento da inflação no país indicam alta de 3,9 por cento para o IPCA em 2007 e de 4,3 por cento em 2008.
Na comparação com as projeções do relatório de junho, a estimativa para este ano está 0,4 ponto maior. Para 2008, entretanto, a nova projeção está 0,3 ponto menor.
Tanto no cenário do BC, quanto nas projeções feitas com base nas expectativas de mercado, as variações esperadas para o IPCA em 2007 e 2008 seguem abaixo do centro da meta fixada para os dois anos, que é de 4,5 por cento.