´O Brasil possui vários fatores que impedem a oposição entre a garantia de energia e a garantia de alimentação. Para nós, produção de alimento não é conflitante com a de energias. Pensamos em produção de alimento e produção de energia e não produção de alimentos versus produção de energia´.
Para Dilma Roussef, a parcela da área hoje ocupada para produzir etanol e biodiesel é muito pequena em relação ao total da área agricultável. ´Há ainda um outro fator importante neste processo. Existe um alto grau de produtividade dos biocombustíveis, porque ao longo dos anos nós desenvolvemos tecnologias que de produção e cultivo - e isto propiciou uma elevação da nossa produtividade em três a quatro vezes nos últimos anos´, afirmou.
A equação do dilema entre a produção de alimentos e a produção de energia é, na avaliação da ministra, o grande desafio mundial. ´Mas volto a repetir, para nós não são objetivos opostos. Temos uma extensão territorial de 851 milhões de hectares. Desse total, 383 milhões - 45% - são de áreas agricultáveis e outros 210 milhões de hectares - 25% - do total dizem respeito a pastagens. Isto significa que, sem levar em conta a área agricultável, ainda temos disponível para expansão 91 milhões de hectares, ou seja, 11%´, disse.
Ainda de acordo com a ministra, atualmente a área utilizada para a produção de etanol é de apenas 3 milhões de hectares (0,35% do total ou 0,8% da área agricultável).
Ao lembrar que o Brasil produz etanol desde 1975 - há mais de 30 anos -, a ministra disse que o país já trabalha para produzir álcool a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o que, segundo ela, ´aumentará ainda mais a produtividade´.
´O Brasil dá um exemplo para o mundo de compromisso com inclusão social, compromisso com o meio ambiente. Nós estamos conseguindo manter e até aumentar a participação das fontes renováveis em nossa matriz energética, que hoje é de cerca de 45%´, afirmou.
Ainda na avaliação da ministra Dilma Rousseff, o Brasil é hoje uma das lideranças mundiais em segurança energética sustentável. ´O Governo esta interessado, inclusive, em aumentar a participação da biomassa na matriz energética brasileira. Ou seja, além de produzir etanol, nós queremos que o bagaço da cana seja crescentemente utilizado para produzir energia elétrica´.
(Redação - InvestNews)