Agência AFP
PANAMÁ - Brasil e Panamá assinaram nesta sexta-feira um convênio para a produção conjunta de biocombustíveis, principalmente etanol, durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país.
O Panamá conta com um estudo técnico que confirma sua capacidade para produzir etanol a partir de cana-de-açúcar, mandioca, milho ou palma, disse o ministro da Agricultura, Guillermo Salazar.
Em 25 de maio passado, Lula e Torrijos firmaram em Brasília um acordo de assistência para que o Panamá iniciasse o processo de análise técnica sobre as possibilidades de produção de biocombustíveis.
O Panamá poderia destinar 288.000 hectares para o plantio de cana-de-açúcar, milho e palma visando à produção de biocombustíveis, com assessoria brasileira, segundo Salazar.
Atualmente, os panamenhos têm 17 mil hectares de cana-de-açúcar, voltados especialmente para a exportação aos Estados Unidos, destacou o ministro.
Segundo o chanceler panamenho, Samuel Lewis, a produção do etanol "representa uma alternativa real para gerar emprego, capacidade exportadora e solução para o alto custo da gasolina".
Os dois países também firmaram hoje acordos para a troca de presos e um convênio de assistência legal mútua que facilitará a extradição de criminosos internacionais.
O Panamá exige do Brasil a extradição do ex-jogador de futebol colombiano Fredy Rincón e do narcotraficante da mesma nacionalidade Pablo Rayo Montaño, acusados de envolvimento com o crime organizado e a lavagem de dinheiro no território panamenho.
Outros convênios, assinados durante a visita de Lula, permitirão a troca de informações sobre genética bovina e cooperação no combate à fome.
Torrijos e Lula promovem programas de luta contra a miséria concedendo subsídios aos pobres, que incluem entrega de dinheiro e alimentos, e a formação de cooperativas.
Lula se reuniu nesta sexta-feira com Torrijos, conversou com empresários e foi condecorado com a ordem do General Omar Torrijos Herrera, no grau de Gran Cruz Extraordinária.
O presidente manifestou o interesse das empresas brasileiras em participar das obras de ampliação do Canal do Panamá, que terá um terceiro segmento de esclusas.
Lula deve visitar a Cidade do Saber, um complexo de universidades e centros científicos instalado em uma antiga base militar americana, e conhecer os detalhes sobre a construção do terceiro segmento de eclusas no canal, obra avaliada em 5,250 bilhões de dólares.