Em palestra a economistas e professores na Fundação Getúlio Vargas, sobre a parceria estratégica entre a União Européia e o Brasil, ele demonstrou otimismo frente à crise que vem derrubando bolsas de valores em todo o mundo.
´Foi uma boa decisão do Banco Central Europeu. Quanto à economia européia, nós estamos completamente confiantes. As bases macroeconômicas hoje em dia são sólidas. Nós temos crescimento e criação de empregos superiores aos dos Estados Unidos. Quanto à economia global, a mensagem que temos a passar é de tranqüilidade´, afirmou.
Em relação à Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de liberalizar os mercados mundiais por meio da redução de barreiras e tarifas entre os países, Durão Barroso fez um apelo para que os países ajudem a destravar as negociações.
´Os próximos meses serão críticos. Se não conseguirmos chegar a um acordo agora, provavelmente não o conseguiremos nos próximos anos. Mais do que uma oportunidade perdida, temo o impacto negativo no sistema multilateral de comércio e o crescimento do protecionismo, de que vemos sinais preocupantes em alguns países-chave´, alertou.
O Brasil, ressaltou, é o principal destino dos investimentos diretos europeus entre os mercados emergentes: em 2006, recebeu 5,3 bilhões de euros, contra 4,3 bilhões recebidos pela Rússia; 3,7 bilhões pela China e 1,6 bilhão pela Índia. O intercâmbio comercial bilateral alcançou 44,8 bilhões de euros no ano passado, com uma expansão de 35,4% em relação a 2002. ´O comércio com a União Européia representa 26,1% do comércio exterior brasileiro´, disse.
Na palestra, ele lembrou o interesse europeu em incentivar os biocombustíveis, mas de uma forma ambientalmente sustentável e respeitando os direitos trabalhistas: ´Não faria sentido promover a produção e o consumo de biocombustíveis como uma energia limpa, se a produção atentasse à preservação do meio ambiente´. E destacou a importância dos debates na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, prevista para dezembro em Bali, na Indonésia.
A Europa, segundo Durão Barroso, é responsável pela emissão de 14% do carbono na atmosfera, enquanto o Brasil contribui com um pequeno percentual de gases causadores do efeito estufa, mas está entre os dez maiores emissores de carbono, por causa das queimadas na Amazônia.
As informações são da Agência Brasil.
(Redação - InvestNews)