A informação técnica sobre o avião presidencial foi confirmada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, em depoimento hoje (8) à CPI do Apagão Aéreo na Câmara. ´Por norma de segurança, por transportar o mais alto mandatário, o grupo de transporte especial não permite o vôo com o reverso pinado, isto é, sem o reverso. Mas isto é norma de segurança porque transporta presidente da República´, afirmou.
A fabricante Airbus autoriza o vôo para suas aeronaves com reverso travado por um período pequeno. Juniti Saito afirmou que cabe à Airbus recomendar os procedimentos de manutenção e operação. ´O fabricante, melhor do que ninguém sabe quais são as limitações que isso [falta de reverso] pode causar´, disse. Procurada, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não informou até o fechamento da reportagem sobre a orientação técnica para situações desse tipo.
A aeronave da TAM, um Airbus 320 que no último dia 17 colidiu com o terminal de cargas da própria empresa e matou cerca de 200 pessoas, era de um modelo semelhante e do mesmo fabricante do avião presidencial. A assessoria do Comando da Aeronáutica também não confirmou qual seria o elemento técnico que levava os comandantes do avião presidencial a não usar o avião sem o pleno funcionamento dos reversos.
Durante a sessão da CPI, a deputada Luciana Genro (P-Sol-RS) classificou como ´vergonha nacional´ o fato de a Aeronáutica reconhecer os riscos de vôos com reverso pinado a ponto de não permitir que o avião presidencial opere nesta condição e, ao mesmo tempo, permitir que o cidadão comum voe sem o reverso.
´É evidente que nenhuma vida humana tem menos importância que a vida do Presidente da República. A Aeronáutica deveria sim buscar proibir que os modelos Airbus voem com reverso pinado ou no mínimo, prevenir para a população que utiliza os aviões da TAM´, avaliou a parlamentar.
De acordo com informações da TAM, a aeronave estava voando há alguns dias antes do acidente sem o reverso da turbina esquerda, mas isso não teria influenciado no acidente, visto que o equipamento "foi desativado em condições previstas pelos manuais de manutenção da fabricante Airbus e aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)", informou por meio de nota.
As informações são da Agência Brasil.
(Redação - InvestNews)