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China começa atrair médias empresas brasileiras

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SÃO PAULO, 2 de agosto de 2007 - Com um crescimento médio de 9,5% ao ano e uma população de 1,3 bilhões de habitantes, a China apresenta diversos setores atrativos para as empresas brasileiras com grande potencial de crescimento, como agronegócio, energia, infra-estrutura, recursos naturais e produção industrial, destaca o diretor da China Desk, da consultoria KPMG no Brasil, Hsieh Yuan, durante evento promovido pelo Instituto Empreender Endeavor Brasil.

Segundo ele, o crescimento dos negócios no País e do setor de turismo tem atraído um grande número de estrangeiros com alto potencial de consumo, que podem alavancar a exportação de alimentos e de produtos de maior valor agregado.

Para as grandes empresas, ele ressalta que ainda há grandes oportunidades de investimento na exploração comercial de minérios no interior do país, que tem atraído grandes empresas brasileiras como a Companhia Vale do Rio Doce.

O forte crescimento também tem demandado uma grande oferta de energia, abrindo oportunidades para a atuação do Brasil nas áreas de energia elétrica e biocombustíveis.

Para as médias indústrias, que investem de US$ 10 milhões a US$ 20 milhões, há espaço para atuar como fornecedor de equipamentos e serviços para as indústrias pesadas, dos setores de energia, construção, mineração e óleo e gás, por meio de joint ventures com um parceiro chinês. O setor de automoção bancária, principalmente na implementação de operações, também deve se mostrar atrativo para médias indústrias de tecnologia.

Para Yuan o que mais interessa aos chineses em relação às parcerias com o Brasil é a possibilidade de tranferência do know-how em administração dos negócios e no desenvolvimento de designer dos produtos. ´Há duas prioridades fundamentais antes de se investir na China: primeiro o investimento deve estar alinhado com a plano estratégico do governo, tanto na parte social como na questão econômica, e segundo é fundamental a presença de uma contato comercial para mediar as negociações e ajudar a escolher os melhores parceiros chineses´, diz.

Para a diretora da W!N Education, Business Support, Ling Wang, há um grande potencial de crescimento nas relações comerciais entre a China e o Brasil, que representa atualmente menos de 1% do transações comerciais da China com os outros países.

Porém, Yuan lembra que a burocracia e os problemas de logística, como congestionamento nos terminais intermodais, com dificuldade para a distribuição das mercadorias, são semelhantes ao Brasil e representam alguns entraves para os negócios. ´A negociação com os chineses é vista, muitas vezes, pelos brasileiros como complicada e muito demorada, porque envolve padrões culturais diferentes de fechar negócio. Os ocidentais são mais focados na realização, enquanto os chineses precisam conhecer o seu parceiro e estudar muito bem a proposta antes de fechar negócio. Além disso, ele tem que respeitar toda um hierarquia de poderes para concluir a operação´, afirma.

(Silvia Regina Rosa - InvestNews)