No mês, as transações de fusões e aquisições envolvendo os fundos continuaram aquecidas. Uma das últimas operações fechadas foi o investimento do Pátria Investimentos, em parceria com o fundo norte-americano Eton Park e o Fundo de Investimento em Participações (FIP), que se encontra em fase de constituição e será gerido pelo Bradesco Banco de Investimento - BBI, na Empresa de Investimento em Energias Renováveis S.A. (ERSA), constituída em outubro de 2006 com recursos do Pátria Energia, fundo de participações administrado pelo Pátria Investimentos.
Os três sócios vão fazer um aporte de R$ 432 milhões no capital da nova empresa. Desse total, o Pátria Energia responde por R$ 173 milhões, o Eton Park, por R$ 165 milhões e o FIP, por R$ 94 milhões - este por meio de ações e debêntures. Os recursos vão lastrear o plano de investimentos da ERSA, que prevê tanto a construção de usinas totalmente novas (greenfields) quanto a aquisição e ampliação de unidades já em operação.
A ERSA tem como objetivo estratégico a criação de um grande portfólio de pequenas unidades geradoras de energia elétrica produzida exclusivamente de fontes limpas. O investimento em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) com capacidade instalada de até 30 megawatts é uma das prioridades da empresa em sua primeira fase. 'Elas têm baixo impacto ambiental e podem ser construídas em prazo mais curto que unidades de maior porte', explica Octavio Castello Branco, sócio do Pátria Investimentos e presidente da ERSA. Além das PCHs, a companhia investirá também em co-geração térmica de biomassa, usinas eólicas e outras fontes renováveis.
A ERSA já conta com portfólio de 77 megawatts de autorizações e licenças para construção de PCHs e planeja investir no prazo de cinco anos mais de R$ 2 bilhões com o objetivo de alcançar uma capacidade de geração de energia elétrica superior a 600 megawatts no no período.
Entre as demais operações de aquisição e fusão realizadas no mês de julho, destaque para a aquisição de 20% do capital Mills do Brasil, que presta serviço na área de construção civil pesada, pelo Axxon Group em parceria com a Península, da gestora Investidor Profissional.
Na área de tecnologia, o site BuscaPé, que possui participação do Great Hill Partners, adquiriu a empresa de métricas de informação chamada E.bit Informação. A Ideiasnet, holding de participação em companhias de Tecnologia da Informação (TI), fez a fusão da TrinnPhone com a Voiper. A empresa .comDominio, que administra data centers e provê serviços de Internet, controlada pelo fundo Stratus, realizou a fusão de suas operações com a Alog criando a Alog Data Centers do Brasil.
De acordo com o sócio de autoria da KPMG, Marco André Almeida, muitos dos gestores estrangeiros que investiam no mercado por meio da categoria Pipe (Private Investments in Public Equities), comprando participação em empresas de capital aberto, agora estão migrando para investimentos em privte equity.
Ele destaca que desde de 2004, os fundos estrangeiros têm voltado a atenção para o Brasil, com a melhora das condições macroeconômicas do País, a estabilidade da economia, queda da taxa de juros, e aproximação da obtenção do grau de investimento.
Segundo pesquisa da KPMG, divulgada durante a Annual Conference on Latin America Private Equity, cerca de 80% dos fundos entrevistados apontaram o ambiente econômico no Brasil como favorável ou muito favorável, o que demonstra que o País entrou novamente na rota dos investimentos dos grandes fundos de private equity.
(Silvia Regina Rosa - InvestNews)