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Casamento é fonte de riqueza para apenas 25% das mulheres, diz estudo

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Agência JB

LONDRES - Um estudo do instituto britânico de pesquisas 'Economist Intelligence Unit' contesta o estereótipo de que mulheres geralmente enriquecem graças a heranças, casamentos por interesse e lucrativos divórcios.

Depois de entrevistar 600 pessoas ricas e influentes em várias partes do mundo, os estudiosos concluíram que a grande maioria das mulheres ouvidas, 83,9%, acumulou sua fortuna através de trabalho, negócios e investimentos.

Um quarto das mulheres (25,3%) citou o casamento como fonte de riqueza e 22,5% falaram de heranças. Outra surpresa foi que apenas 2,2% das milionárias entrevistadas identificaram o divórcio como um fator importante na obtenção de seus bens.

O relatório sugere que o crescimento do setor de serviços em todo o mundo - em que as mulheres tiverem papel fundamental - está por trás do número crescente de milionárias.

O Centre for Economics and Business Research já prevê, por exemplo, que até 2020 53% dos milionários na Grã-Bretanha serão mulheres.

Além das entrevistas com milionários, os pesquisadores também conversaram com especialistas em riqueza e gênero e estudaram casos de empresárias e investidoras de sucesso para tentar traçar uma comparação entre os hábitos e o perfil das mulheres e dos homens bem-sucedidos.

Milionários de ambos os sexos citaram a educação universitária, a determinação e o fato de terem tido independência desde jovens como fatores importantes que teriam influenciado sua riqueza.

Os dois grupos também acreditam que o dinheiro vem do trabalho e não de algum talento nato. As mulheres, no entanto, citaram "uma família estruturada" como algo que teve um papel importante em seu sucesso.

Os pesquisadores também verificaram que as mulheres se preocupam em ensinar as filhas como lidar com dinheiro.

- Apesar de sabermos que estamos lidando com um mundo paternalista e masculino em relação aos investimentos financeiros, notamos uma tendência entre pais na América Latina e no Oriente Médio, por exemplo, de fazer com que suas filhas aprendam sobre gerenciamento financeiro - diz Gerard Aquilina, diretor do setor de investimentos internacionais privados do Barclays.

Na hora de gastar o dinheiro que acumularam, homens e mulheres têm hábitos bem parecidos. Viajar é a forma de lazer mais importante para ambos os sexos, seguida de perto por jantares em restaurantes e eventos culturais, como shows, teatro e galerias de arte.

As diferenças são previsíveis. Enquanto 31% dos homens ricos gostam de participar de esportes, as mulheres deixam as atividades físicas de lado para ir às compras. 37% delas usam as lojas como uma forma de terapia, contra 12% dos homens.

As mulheres são mais cautelosas e pensam mais na segurança financeira para o futuro na hora de investir o dinheiro. Já os homens preferem arriscar, tanto com os próprios investimentos, quanto no mundo dos negócios.

Para Rebecca Harding, da London Business School, as mulheres têm expectativas mais baixas em relação ao crescimento de seus negócios.

- As mulheres são muito mais preocupadas com o risco, têm medo de que as coisas dêem errado, temem voar perto demais do sol - diz a acadêmica.

De acordo com os números do relatório, a prudência tem dado bons resultados para as mulheres.

(Com BBC Brasil)