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Bolívia paga mas Petrobras continua no comando

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RIO, 12 de junho de 2007 - A Bolívia pagou a primeira parcela de US$ 56 milhões pelas refinarias da Petrobras, mas terá de aguardar mais do que previa para assumir as unidades. A estatal brasileira continuará no controle de Gualberto Villarroel, de Cochabamba, e de Guillermo Elder Bell, localizada em Santa Cruz, até que o governo boliviano consiga fechar um contrato de seguro para as unidades.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que a petroleira vai aguardar os procedimentos necessários para passar o comando das refinarias para a estatal boliviana YPFB. Pelo acordo previsto, a Bolívia teria direito de assumir o controle das refinarias hoje, após o pagamento da primeira parcela.

Nenhuma seguradora que participou da licitação para cobrir as refinarias apresentou todas as exigências feitas pelo governo boliviano. O Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia decidiu, então, aguardar "uns dias a mais" para que as empresas tenham tempo de cumprir os pré-requisitos.

"Se as refinarias fossem assumidas pelo Estado boliviano, pela compra das mesmas por US$ 112 milhões, o seguro contratado pela Petrobras seria suspenso imediatamente, deixando as instalações sujeitas a qualquer imprevisto; por isto a empresa brasileira continuará operando até que se contrate uma nova seguradora", afirmou o Ministério de Hidrocarbonetos em comunicado.

"Uma refinaria não pode funcionar sem seguro, assumir a propriedade sem seguro seria pôr em risco as refinarias; não podemos ser irresponsáveis", afirma o ministro da pasta Carlos Villegas, no documento enviado à imprensa.

Barbassa confirmou que a Petrobras recebeu o pagamento da primeira parcela pelas duas refinarias, que foram vendidas US$ 112 milhões por causa do processo de nacionalização do setor de petróleo e gás no país. Enquanto a estatal brasileira continua no comando das unidades, permanece com a receita e os ganhos das empresas. Barbassa disse que não há um novo prazo para que a Bolívia assuma as duas unidades. No ano passado, quando a Bolívia assumiu os ativos de distribuição de combustíveis das multinacionais, houve desabastecimento e a YPFB teve de recorrer à Petrobras para normalizar a situação.

"Existem procedimentos que, por solicitação da Bolívia, precisam ser cumpridos. Eles pediram mais tempo para formalizar o negócio", disse Barbassa.

As refinarias processam cerca de 40 mil barris de petróleo por dia e atendem a todo o consumo.

(Sabrina Lorenzi - InvestNews)