Segundo Skaf, o problema das empresas brasileiras "está da porta para fora". "Temos sérios problemas de logística, que dificultam as vendas da indústria. Atualmente, nós gastamos o dobro do que seria necessário desembolsar para o transporte de mercadorias", disse, revelando que o custo da logística no Brasil responde por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O empresário também falou sobre a concorrência desleal com os produtos chineses. "Temos de ficar atentos com a competitividade chinesa, já que de lá saem produtos a preço de centavos devido a mão-de-obra barata e ainda itens pirateados. É preciso criar instrumentos de defesa para evitar esses tipos de problemas e valorizar nossos produtos no mercado", afirmou.
Skaf destacou que há um "estoque de problemas represados" por anos para serem discutidos com o governo. No entanto, ele acredita que não há porque criar polêmica sobre o governo ajudar alguns setores, ao em vez de outros, já que todos os segmentos da indústria emprega pessoas e gera renda. "É obvio que há uma pressa para encontrar saídas, mas estamos articulando com o governo, empresários e outras entidades soluções para aumentar a competitividade da indústria nacional", disse.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) finaliza dando um recado: "Câmbio baixo é ruim, mas é óbvio que se os juros fossem menores [referindo-se a Selic] reduziria a entrada de dólar... O excesso de divisa estrangeira no País aumenta a possibilidade de importação".
(Vanessa Stecanella - InvestNews)