Indicando este aumento na aversão ao risco, o levantamento aponta que os gerentes de portfólio elevaram a quantidade de dinheiro em caixa de 3,8% para 4,4%, com cerca de 30% dos participantes alegando estar com posições acima da média (overweight) guardadas em caixa.
O Índice Composto de Apetite por Risco caiu cinco pontos neste mês, para o menor patamar já registrado nos últimos cinco anos. Além disso, as respostas indicam o menor horizonte de investimento em quatro anos, com uma média de apenas sete meses.
"A visibilidade do investidor é a menor desde meados de 2003, quando o Iraque foi invadido e um temor quanto a uma deflação global estava elevado", disse David Bowers, consultor independente para o Merrill Lynch, por meio de comunicado.
A pesquisa também indica que a queda média de 3% nos maiores mercados mundiais não levou os gestores a repensar suas perspectivas macroeconômicas mundiais. Embora eles estejam mais apreensivos quanto às perspectivas relacionadas ao crescimento econômico e ao lucro das empresas, apenas 10% acreditam na possibilidade de uma recessão global dentro dos próximos 12 meses.
Também há fortes indícios de que os investidores não abandonaram o mercado de ações. Para 34% dos gestores é pequena a probabilidade do mercado de ações estar em baixa dentro de seis meses. Em fevereiro, 15% partilhavam da mesma opinião.
Com muito dinheiro guardado em caixa os gestores pretendem elevar sua exposição em renda variável. A pesquisa indica que 25% dos participantes devem elevar a alocação de recursos em ações nos próximos três meses.
Embora não se mostrem preocupados com o risco de uma queda no ritmo econômico mundial, os gestores indicam que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deveria estar preocupado com a perspectiva dos EUA. Cerca de 45% dos participantes acreditam agora que o Fed deveria se preocupar mais com a ameaça de retração econômica, contra 17% que mantêm a visão de controle inflacionário como prioridade. Esta é a visão mais polarizada já registrada pela pesquisa desde a sua primeira edição em agosto de 2006.
Esta polarização sugere que embora relaxados quanto à economia mundial, os investidores passam a se preocupar com a possiblidade de aumento em um ´risco país´ associado aos ativos dos EUA. A pesquisa indica que os EUA apresentam as perspectivas menos favoráveis quando o assunto é crescimento dos lucros corporativos, cenário diametralmente oposto ao previsto para as companhias européias. Em um horizonte de 12 meses os gestores não têm dúvida quanto à preferência por ações na Zona do Euro em detrimento ao mercado norte-americano.
(EC - InvestNews)