Agência JB
LONDRES - A fabricante de aviões européia Airbus anunciou nesta quarta-feira que vai cortar 10 mil vagas de trabalho nos próximos dez anos, como parte de seu processo de reestruturação.
Metade dos cortes afetarão a mão-de-obra permanente da Airbus. Os demais vão afetar pessoal com contrato temporário ou terceirizados.
O presidente da empresa, Louis Gallois, afirmou que a Airbus está enfrentando "imensos desafios" e não é "suficientemente eficiente".
Gallois explicou que os cortes serão divididos pelas unidades da empresa na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Espanha e na França.
Os mais atingidos, porém, serão os funcionários franceses (4,3 mil perderão seus empregos) e alemães (3,7 mil).
Gallois disse que a desvalorização prolongada do dólar tornou necessária a reestruturação e que os sucessivos atrasos anunciados nos últimos meses na entrega do novo avião de passageiros da empresa, o A380, foram o estopim do processo.
O presidente da Airbus também afirmou que, no início, os cortes serão feitos por meio de demissões voluntárias.
O desempenho da empresa nos últimos meses fez com que a rival americana Boeing assumisse, pela primeira vez desde 2000, a liderança do seu segmento no mercado da aviação. A empresa está também analisando o futuro de três de suas fábricas.
Representantes sindicais criticaram os cortes anunciados. "Nós nos opomos totalmente ao fechamento de qualquer fábrica e não vamos aceitar quaisquer demissões", disse o presidente da Federação Européia de Metalúrgicos, Peter Scherrer.