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Índice cai 6,63%, maior desde setembro de 2001

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SÃO PAULO, 27 de fevereiro de 2007 - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra a maior queda em mais de cinco anos. Acompanhando um movimento de venda mundial, o Ibovespa desabou 6,63%, recuando para 43.145 pontos, maior desvalorização diária desde os 7,26% registrados em 13 de setembro de 2001. Nenhum dos 58 papéis que compõem o índice apresentou variação positiva. O giro financeiro ficou em R$ 5,45 bilhões. Com essa queda, a bolsa passa a acumular perda de 2,98% no ano. Na mínima do dia o índice chegou a cair 7,87%.

"Por enquanto não dá para falar que seja algo diferente de realização de lucro", afirma Álvaro Bandeira, diretor da Ágora Corretora.

Na visão do especialista, aparentemente, em termos de economia não há nada neste momento que sustente uma queda deste tamanho. "Mas pode ser que tenha algum fundamento tanto na China como nos EUA. Temos que aguardar um pouco para dimensionar isso tudo", avalia.

O movimento de venda começou na Ásia, onde a Bolsa de Shanghai caiu quase de 9%, maior queda em 10 anos. O motivo para vendas veio do Conselho de Estado da China, que anunciou a formação de uma comissão para investigar o mercado de capitais no país. Fora isso, há uma expectativa quanto à reunião anual do Congresso Nacional do Partido Comunista, que será realizado dia cinco de março. Os investidores temem que o governo chinês adote novas medidas para conter o investimento no China, movimento que pode afetar as empresas que atuam no país.

Bandeira chama atenção para o fato de que os mercados no mundo todo vinham operando nas suas máximas, cenário que chama o movimento de venda. Um exemplo é a própria bolsa chinesa, que acumulava alta de mais de 20% desde janeiro, seguindo uma valorização de cerca de 130% em 2006.

As ações da Petrobras e Vale do Rio Doce puxaram as perdas, refletindo o mesmo movimento de venda registrado pelos seus pares mundiais. O papel PN da estatal (PETR4) caiu 6,59%, para R$ 42,60. O PNA da Vale (VALE5) desabou 7,92%, para R$ 60,26. Vale ON (VALE3) caiu 8,29%, para R$ 70,34.

Forte queda para as siderúrgicas, com a Usiminas (USIM5) desvalorizando 9,73%, para R$ 85,20. Gerdau (GGBR4) recuou 8,77%, para R$ 35,65. E a CSN (CSNA3) cedeu 8,51%, para R$ 71,91.

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) perderam 2,44%, para R$ 67,70. Os papéis chegaram a subir 4,45%, mas não resistiram ao movimento de venda. O banco encerrou 2006 com lucro líquido de R$ 6,044 bilhões, resultado 45,5% superior ao registrado em 2005. O banco de investimentos Merrill Lynch reiterou a recomendação de compra para o papel.

A fabricante de alimentos Perdigão (PRGA3) caiu 7,03%, para R$ 25,10. O lucro da companhia caiu 67,5%, para R$ 117,3 milhões em 2006. A concorrente Sadia (SDIA4) perdeu 9,34, para R$ 6,40.

No setor imobiliário, a Lopes (LPSB3) desabou 10,7%, para R$ 20,20. A Klabin Segall (KSSA3) perdeu 6,28%, para R$ 16,40 e a Gafisa (GFSA3) cedeu 4,71%, para R$ 30,50.

(Eduardo Campos - InvestNews)