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SÃO PAULO - Expansão nas operações de crédito, aumento de receitas e contenção de custos ajudaram o Banco do Brasil a ter um lucro líquido maior que o esperado no quarto trimestre do ano passado.
O banco, maior instituição financeira do país, teve resultado positivo em 1,24 bilhão de reais nos últimos três meses do ano passado, contra ganho de 737 milhões de reais no quarto trimestre de 2005. Analistas consultados pela Reuters esperavam lucro líquido de 1,018 bilhão de reais para a instituição no quarto trimestre.
No acumulado de 2006, o banco estatal teve ganho de 6,04 bilhões de reais, alta de 45,5 por cento sobre os 12 meses anteriores. O resultado anual foi influenciado por efeito extraordinário positivo de 2,379 bilhões de reais, líquido de impostos.
O efeito decorre de benefícios de um acordo fechado no primeiro semestre entre a instituição e seus funcionários sobre o Fundo Paridade de sua caixa de previdência Previ, que gerou ganho de 1,36 bilhão de reais em 2006. Além disso, houve ativação de crédito tributário de 1,9 bilhão de reais e encargos de 500 milhões de reais com provisão extraordinária para risco de crédito registrados no quarto trimestre.
O retorno sobre patrimônio líquido médio, um importante indicador da lucratividade de um banco, foi de 26,7 por cento entre outubro e dezembro contra 18,7 por cento em igual período de 2005. No ano passado, o índice foi de 32,1 por cento ante 26,8 por cento em 2005.
A carteira de crédito avançou 30,8 por cento sobre 2005, para 133,15 bilhões de reais. A provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) nos últimos três meses de 2006 somou 1,45 bilhão de reais, queda de 17,2 por cento na comparação com um ano antes. No ano, porém, houve aumento de 32,1 por cento, para 7,14 bilhões de reais.
O segmento do agronegócio teve uma alta de 26 por cento na carteira de crédito, para 45,06 bilhões de reais ao final do ano passado. Já a área de empréstimos a pessoas jurídicas avançou 46 por cento no período, para 33,6 bilhões de reais.
O banco apostou mais forte no segmento de veículos, acompanhando a expansão das vendas da indústria. A carteira de crédito da área saltou de 188 milhões de reais em 2005 para 894 milhões de reais no ano passado.
As receitas com prestação de serviços subiram 14,3 por cento no último trimestre do ano passado contra igual período de 2005, para 2,28 bilhões de reais. No ano a evolução foi de 16,2 por cento, para 8,89 bilhões de reais.
Enquanto isso, as despesas administrativas cresceram num ritmo menor que o das receitas, 4,6 por cento, para um acumulado em 2006 de 13,7 bilhões de reais.