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Confiança dos comerciantes tem queda em outubro e contratações abaixo da média, segundo Icec

  Índice de Confiança do Empresário do Comércio recuou 0,2% após registrar a primeira alta mensal em setembro desde a greve dos caminhoneiros

Reprodução -
CNC
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 Apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) alcançou 107,7 pontos no mês de outubro. Na comparação com setembro, o indicador apresentou queda de 0,2%, na série com ajuste sazonal, após alta registrada no mês passado. A pesquisa também revelou que as intenções de contratação estão abaixo da média histórica. 

O levantamento da Confederação mostra que, entre os subitens que integram as avaliações das condições correntes, a economia segue apresentando o maior grau de insatisfação (63,6 pontos). Para 68,9% dos entrevistados, a economia está pior que há um ano, visto que, em outubro de 2017, o percentual de empresários insatisfeitos com o nível geral de atividade alcançava 68,0%. Para o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, a desaceleração do consumo e a natural cautela quanto à retomada dos investimentos neste momento justificam a frustração com as condições correntes da economia. “Mesmo com a valorização do real nas últimas semanas, ainda há pressões sobre o nível geral de preços, especialmente daqueles monitorados pelo governo. Os reajustes de tarifas criam dificuldades adicionais ao varejo não somente pela elevação dos seus próprios custos operacionais, mas também por impor maiores restrições ao orçamento das famílias na aquisição de outros bens”, avalia. 

Investimentos, estoques e contratações 

A lentidão da recuperação econômica e a indefinição do cenário político apontam um adiamento de investimentos nas empresas, estoques e contratações. O subíndice relativo aos investimentos recuou pelo sexto mês consecutivo (-0,2%), registrando 96,5 pontos. Desde o último mês de maio, esse indicador acumula queda de 3,3%, regredindo ao seu menor nível desde dezembro de 2017 (92,6 pontos). 

A maioria dos entrevistados (64,4%) revelou intenção de contratar funcionários no médio prazo. Esse percentual se manteve pouco acima do verificado em outubro de 2017 (63,5%), porém abaixo da média dos quatro anos que antecederam a crise do varejo (78,8%). Os demais componentes do índice relativo aos investimentos se mantiveram abaixo dos 100 pontos, revelando avaliações predominantemente negativas quanto às ampliações das lojas e dos estoques. Do total de entrevistados, 59,2% não pretendem investir na ampliação do capital físico das empresas e o percentual de empresários que percebem estoques acima do adequado (27,6%) é praticamente o dobro daqueles que pretendem aumentar as encomendas (13,9%). 

Previsões para o Natal 

Até 2014, a temporada de oferta de vagas temporárias do varejo costumava iniciar em setembro, mas, com a intensificação da crise a partir de 2015, o calendário de contratações foi adiado, passando a iniciar em outubro. Para este Natal, a CNC projeta a oferta de 72,7 mil vagas temporárias – queda de 1,7% em relação às 73,9 mil vagas oferecidas no mesmo período do ano passado. Já em relação ao varejo, a Confederação prevê avanço de 4,5% no faturamento real em relação a 2017 com o volume de vendas natalinas – principal data comemorativa do setor –, avançando 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado.