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Aplicativo facilita vida de quem busca energia solar

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Por CELINA CÔRTES
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Publicado em 05/03/2022 às 11:38

Alterado em 06/03/2022 às 13:29

Após se cadastrar e fornecer o CEP, com apenas um clique os usuários são informados de todos os equipamentos necessários para instalar a sua própria usina solar fotovoltaica Foto: Reuters

Em 1991, o jovem advogado Marcus Siqueira ganhava uma causa que garantia mais 147% no valor das aposentadorias, beneficiando 11 milhões de pessoas. Agora, na pandemia, ele aproveitou para instalar energia solar em sua casa. Resultado: sua conta caiu de R$1,7 mil para R$ 169,50.

Com sua natural queda pelas causas desafiadoras, porém, não impossíveis, ele começou a dar tratos à bola sobre como multiplicar essa matriz de energia limpa para o máximo de pessoas.

O primeiro passo foi criar a startup Fazenda de Unicórnios, em 2021.

O sugestivo nome – como se sabe, um unicórnio são as empresas com valor de mais de US$ 1 bilhão – já dá a dimensão das pretensões do advogado. E o primeiro passo da startup foi criar o aplicativo Energia Solar Fácil.

 

Macaque in the trees
Logomarca do app Usina Solar Fácil (Foto: reprodução)

 

É o tipo do app que atinge em cheio aos que não aguentam mais pagar as altas tarifas de escassez hídrica e, ao mesmo tempo, se preocupam com as mudanças climáticas.

O nome já diz tudo. Após se cadastrar e fornecer o CEP, com apenas um clique os usuários são informados de todos os equipamentos necessários para instalar a sua própria usina solar fotovoltaica.
Seja em casa, na empresa ou indústria. Além de receberem todas as informações necessárias ao projeto, que incluem uma estimativa de qual será seu custo final.

Com um investimento de R$ 500 mil, o diferencial do app é não direcionar as escolhas a fornecedores ou a alguma instituição, o que amplia sua credibilidade.

 

Futuro mais limpo

Siqueira vê um futuro mais limpo com a nova fonte. “A troca da energia elétrica pela solar vai poupar inúmeras árvores e reduzir o lançamento de CO2 na atmosfera, contribuindo para a redução do aquecimento global”, acredita.

Para ele, a drástica redução de custos da energia solar também poderá contribuir para reduzir os altos preços do fornecimento de energia elétrica das redes convencionais.

Siqueira já começou a construir duas usinas solares fotovoltaicas, a Pedra I e Pedra II, numa área de 448m2 no bairro Vila Progresso, em Niterói. Tão altas que de lá dá para avistar o Corcovado.

A previsão é a Pedra I entrar em funcionamento no fim deste mês, e Pedra II, no fim de maio. Cada uma delas vai produzir 87,30 Wp/mês (Watt-pico é a unidade de potência criada especialmente para medição em painéis fotovoltaicos). A energia elétrica das duas usinas já está vendida.

O advogado pretende multiplicar a oferta de usinas como essas em Niterói, na medida em que conseguir conquistar financiamentos. Por enquanto, ele foca nos resultados do aplicativo para recuperar os recursos já investidos, através dos anunciantes.

 

Matriz cresce 14,4% no primeiro trimestre

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a capacidade instalada desta mesma fonte chegou a 5.114 GW (gigawatts) neste primeiro trimestre. Isto corresponde a um crescimento de 14,4% em relação aos 4.470 GW do fim de 2019.

As usinas de grande porte concentram 55% da energia gerada, ou 2.687 GW. Os 2.427 GW restantes se dividem entre os mais de 208 mil sistemas de mini ou micro geração.

Ainda sem refletir os impactos da pandemia do coronavírus no setor, só o segmento residencial cresceu 21%.

E, conforme a Absolar, a fonte solar corresponde a 1,5% da matriz elétrica brasileira, se consideradas as usinas de grande porte. Para termos de comparação, as usinas nucleares representam 1,1%, o carvão 2%, a biomassa 8,3%, a eólica (8,5%) e a hídrica, 60%.

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