ECONOMIA

Guedes envia 'pedido desesperado de socorro' ao Legislativo e Judiciário para solucionar precatórios

Em resposta ao presidente do STF que brincou com o ministro dizendo que 'colocam no meu colo um filho que não é meu', Guedes respondeu que esse era apenas 'um pedido desesperado de socorro' em torno do impasse do Orçamento 2022

Por JORNAL DO BRASIL

Publicado em 15/09/2021 às 17:45

Alterado em 15/09/2021 às 17:47

Ministro da Economia, Paulo Guedes REUTERS/Adriano Machado

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (15), no encontro Movimento Pessoas à Frente, que enviou "um pedido desesperado de socorro" ao Legislativo e ao Judiciário para solucionar o impasse em torno do Orçamento de 2022 provocado pelo aumento nas despesas com precatórios.

O governo diz que não esperava que os precatórios em 2022 subissem para R$ 89,1 bilhões, o que representa uma forte alta em relação aos R$ 54 bilhões previstos no Orçamento de 2021. Os precatórios são dívidas da União que já foram reconhecidas na Justiça e sob as quais há mais possibilidade de recurso.

Na mesma reunião que acontece anualmente e tem como intenção discutir formas de melhorar o Estado, também estava presente o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, o qual afirmou que a Corte poderá ter que analisar o caso.

"Não havendo uma avaliação prévia de constitucionalidade, o STF precisa pelo seu colegiado chancelar a solução que venha do Legislativo por iniciativa do Executivo", declarou.

Segundo a mídia, Guedes busca uma saída para adiar o pagamento de precatórios e, com isso, conseguir mais espaço no teto de gastos, norma que impede o crescimento das despesas acima da inflação.

O ministro também teria enviado uma PEC solicitando ao Congresso aval para o parcelamento das dívidas já em 2022. Além disso, o governo tenta estabelecer um acordo com membros do STF e do Tribunal de Contas da União (TCU) para aliviar o Orçamento do próximo ano.

Fux defendeu o diálogo entre as instituições e, em tom de brincadeira, disse que Guedes é "tão amigo, que coloca no meu colo um filho que não é meu".

Em resposta, o ministro da Economia afirmou que "é só um pedido desesperado de socorro, de forma alguma é para depositar um filho ou responsabilidade no seu colo". (com agência Sputnik Brasil)

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