ECONOMIA
'Não estou muito interessado em dinheiro': hackers devolvem ativos após maior roubo de criptomoeda
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 12/08/2021 às 08:14
Alterado em 12/08/2021 às 08:16
De momento, já foram devolvidos US$ 260 milhões (R$ 1,3 trilhão) de dinheiro roubado. Um total de US$ 353 milhões (R$ 1,8 trilhão) em criptomoedas ainda deve ser recuperado, segundo informou a plataforma Poly Network em sua conta no Twitter.
A equipe da plataforma denunciou o hackeamento na terça-feira (10). Comunicando-se diretamente com os hackers nesta semana, a Poly Network avisou que era "imprudente" por parte dos piratas informáticos tentar fazer qualquer operação com os ativos roubados.
"Queremos estabelecer comunicação com vocês e os exortamos a devolverem os ativos hackeados. A quantidade de dinheiro que hackearam é a maior na história das finanças descentralizadas. As forças da ordem de qualquer país considerarão isso um crime econômico grave e vocês serão perseguidos", de acordo com o comunicado.
"É imprudente que realizem mais transações. O dinheiro roubado pertence a dezenas de milhares de membros da comunidade criptográfica. Deveriam falar conosco para encontrar uma solução", segundo a Poly Network.
— Poly Network (@PolyNetwork2) August 10, 2021
A plataforma publicou os endereços para onde os hackers podem devolver os montantes roubados, o que os atacantes começaram a fazer pouco depois.
Tom Robinson, da empresa de análise de blockchain Elliptic, disse que os hackers decidiram que seria mais seguro devolver os ativos roubados, porque é difícil transferi-los e convertê-los em dinheiro. Robinson publicou no Twitter os trechos de uma sessão de perguntas e respostas através de notas de transação realizada da conta controlada por um dos hackers.
O pirata informático afirmou que queria expor uma vulnerabilidade da plataforma e insistiu que não teve intenção de lavar dinheiro. "Não estou muito interessado em dinheiro", escreveu, adicionando que fez o ataque "por diversão".
Assim que os hachers roubaram os ativos, começaram a enviá-los a outros endereços de criptomoedas. Os investigadores da empresa de segurança SlowMist acreditam que o roubo foi "provavelmente um ataque longamente planejado, organizado e preparado". A Poly Network apelou aos operadores de criptomoedas para "porem na lista negra os tokens procedentes dos endereços relacionados aos hackers". (com agência Sputnik Brasil)