ECONOMIA

Café:onda de frio pode reduzir safra de 2022 em até 4,5 milhões de sacas

As principais regiões de cultivo de café do Brasil vêm sofrendo com um clima atipicamente frio que terá maior impacto na safra do ano que vem do que na colheita deste ano

Por JORNAL DO BRASIL, [email protected]
[email protected]

Publicado em 26/07/2021 às 07:47

Alterado em 26/07/2021 às 07:47

Em julho, diversas geadas atingiram cerca de 200 mil hectares de cafezais em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, principais estados produtores do grão. Foto: Reuters/Amanda Perobelli

As principais regiões de cultivo de café do Brasil vêm sofrendo com um clima atipicamente frio que terá maior impacto na safra do ano que vem do que na colheita deste ano, de acordo com a diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), Vanusia Nogueira. Ela estima que as geadas registradas até agora devam resultar em perda de 4 milhões a 4,5 milhões de sacas de 60 kg em 2022.

O Brasil é o principal produtor e exportador mundial de café, e o sul e o Cerrado de Minas Gerais foram as regiões mais afetadas pelo frio intenso dos últimos dias. "Nos últimos dez anos, talvez tivéssemos uma semana de baixas temperaturas mais ou menos nesta época do ano, mas o frio constante desde o fim de maio, não me lembro de já ter visto isso", disse Vanusia.

Segundo ela, a colheita nessas duas regiões está bem avançada, com cerca de 65% dos trabalhos concluídos no sul de Minas e 70% no Cerrado. Além disso, as folhas dos pés de café protegem as cerejas, disse, acrescentando que o maior impacto deve ser sentido na safra de 2022.

Na próxima semana, a expectativa é de que as temperaturas continuem baixas, e agosto pode ter um clima atipicamente frio. Por isso, ainda é muito cedo para saber qual será o impacto total das baixas temperaturas na safra do ano que vem, afirmou.

Vanusia observou que o clima seco neste ano também afetou o desenvolvimento das plantas e pode provocar perda de outros 7 milhões de sacas em 2022. A escassez de chuvas no ano passado e neste ano prejudicaram também a safra de 2021, e as cooperativas de café do País estão trabalhando com produtores para garantir que eles consigam cumprir suas obrigações contratuais, disse. Fonte: Dow Jones Newswires.(Agência Estado)