O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a defender a discussão sobre a recriação de um imposto sobre transações financeiras, um novo tipo de CPMF, desde que o novo imposto tenha uma destinação específica, como desoneração da folha ou programas de renda mínima.
Em entrevista à rádio Gaúcha, Mourão afirmou que, além da proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de usar esse novo imposto para desonerar a folha de pagamentos, ele acredita que a arrecadação com o tributo possa também ser uma complementação para o programa de renda mínima que o governo planeja criar.
“O que eu vejo na criação desse imposto de transações financeiras é que ele deve ter um fundamento muito claro. O ministro Paulo Guedes coloca como um substituto da desoneração da folha. Ao desonerar a folha haveria uma oportunidade muito maior da criação de empregos formais. Eu vejo ainda mais além, acho que ele pode ser utilizado o programa de renda mínima, o Renda Brasil, que vem sendo montado aqui pelo governo”, disse Mourão.
O novo imposto está na proposta de reforma tributária que Guedes prometeu enviar até semana que vem ao Congresso e não é bem visto pelos parlamentares e, na verdade, nem pelo presidente Jair Bolsonaro, que não quer seu governo associado à volta da CPMF.
Mourão, no entanto, vem se associando à equipe econômica e defende que não se pode evitar o debate, que deve ser feito no Congresso.
“A discussão é dentro do Congresso. Se o Congresso aceitar, significa que a sociedade aceita. Se não aceitar, paciência”, afirmou.
Mourão disse ainda que deve ficar claro que o governo não está simplesmente criando um novo imposto, mas seria uma substituição e que se for para desonerar a folha de pagamento das empresas, acha justo. Mourão defendeu ainda que é preciso tributar uma série de operações financeiras eletrônicas que hoje estão a salvo de impostos.
O vice-presidente já havia feito nesta semana a avaliação de que este tipo de tributo, com uma alíquota baixa, e vinculada à desoneração da folha e a um programa de renda mínima poderia ter apoio entre os parlamentares. (Com agência Reuters)