O dólar passava a operar em alta contra o real nesta quinta-feira, devolvendo as perdas registradas no início do pregão, com agentes do mercado elevando suas apostas de mais cortes de juros pelo Banco Central após deflação no Brasil em setembro.
Às 12:24, o dólar avançava 0,29%, a 4,1035 reais na venda.
Mais cedo, na mínima intradia, a moeda norte-americana chegou a tocar o nível de 4,0621 reais na venda, em meio a expectativas positivas de um acordo comercial entre Estados Unidos e China.
O vice-premiê chinês, Liu He, chegará esta semana a Washington para negociações comerciais de alto nível. Ele vai se encontrar com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, na quinta-feira.
Segundo operadores, o cenário doméstico, no entanto, ganhou destaque após o país ter registrado deflação em setembro pela primeira vez em 10 meses, no resultado mais fraco para o IPCA no mês em 21 anos e indo abaixo de 3% no acumulado em 12 meses.
"Esse dado gera uma expectativa em todo o mercado de mais espaço para corte de juros e da Selic abaixo de 5%, o que pode desestimular o fluxo de capital estrangeiro para o país", afirmou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
Segundo Bergallo, a resposta à divulgação do IPCA pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), que ocorreu às 9h (horário de Brasília), foi mais demorada devido à diferença de horário de funcionamento dos mercados norte-americanos, já que investidores estrangeiros têm grande participação nos mercados domésticos.
Na cena externa, as moedas emergentes pares do real operavam mistas, com a lira turca se desvalorizando e o rand sul-africano subindo frente o dólar.