O dólar fechou com a maior queda em um mês nesta quinta-feira, na casa de 4,08 reais, em meio à fraqueza global da moeda norte-americana conforme investidores turbinaram apostas de novos cortes de juros nos Estados Unidos.
A percepção de que o dólar pode já ter atingido no exterior picos do atual ciclo de alta se soma no Brasil à ideia de que o fluxo cambial deve melhorar nos próximos meses e a dados sinalizando melhora da economia em relação ao restante do mundo.
"Acho que (a reforma da) Previdência está precificada. [...] O que não está precificado é o efeito disso na confiança, diminuição do represamento de consumo e investimento, melhora do PIB" e de balanços", disse Renoir Vieira, gestor do family office Pacific Investimentos.
Na avaliação de profissionais do mercado, esse "combo" tem levantado dúvidas sobre a vantagem de se continuar apostando no fortalecimento da divisa dos EUA, o que tem levado alguns operadores a desmontar parte de posições de proteção para outros mercados, como o de bolsa.
Pelo segundo dia consecutivo, o real teve um desempenho superior ao Ibovespa. A moeda brasileira esteve entre os destaques positivos nos mercados globais de câmbio nesta sessão, depois de semanas figurando recorrentemente entre as divisas de pior desempenho.
O dólar à vista caiu 1,09% nesta quinta-feira, a 4,0894 reais na venda.
É a maior baixa diária desde 4 de setembro (-1,79%) e o menor patamar para um encerramento desde 17 de setembro (4,078 reais na venda).
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez perdia 1,00%, a 4,0955 reais.
Na semana, o dólar spot recua 1,61%, a caminho de registrar a maior queda semanal desde julho.
No exterior, o índice do dólar cedia 0,11%.
O foco do mercado se volta agora para dados mais amplos do mercado de trabalho norte-americanos, que serão divulgados na sexta-feira. Se vierem aquém do esperado, investidores deverão aumentar ainda mais apostas de corte de juros nos EUA, o que tende a amparar a continuação do ajuste de baixa no dólar.