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CÂMBIO-Dólar sobe em meio a cautela antes de reuniões de BCs globais

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O dólar encerrou em alta contra o real nesta segunda-feira, depois de acumular queda de cerca de 1,5% na semana anterior, com agentes do mercado atentos ao calendário de reuniões dos principais bancos centrais globais e à espera de cortes futuros de juros.

O dólar à vista teve alta de 0,46%, a 4,0993 reais na venda, apesar de ter operado em queda durante parte da sessão. Na mínima, a cotação foi a 4,0485 reais, piso intradia desde 22 de agosto.

Neste pregão, o dólar futuro tinha valorização de 0,90%, a 4,1050 reais.

A moeda norte-americana registrou na semana passada queda acumulada de 1,512%, primeira desvalorização semanal desde 12 de julho, quando registrou variação negativa de 2,113%.

Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a forte queda do dólar na semana anterior abriu espaço para que o mercado realizasse alguns ajustes diante de incertezas sobre a política monetária dos principais bancos centrais.

"Apesar de inúmeras sinalizações, ninguém sabe o que vai acontecer efetivamente e isso dá margem para cautela. É importante lembrar que o cenário todo ainda é de muita incerteza", afirmou.

O Banco Central Europeu divulgará na quinta-feira sua decisão sobre a política monetária, com operadores apostando em uma redução nos custos dos empréstimos. O Federal Reserve, por sua vez, se reunirá nos dias 17 e 18 de setembro para uma decisão sobre a taxa de juros.

Nesta segunda-feira, os juros futuros dos EUA indicavam que operadores veem 93,5% de chance de o Fed cortar juros em 0,25 ponto percentual na próxima reunião, e 6,5% de chance de a autoridade monetária manter a política monetária estável, de acordo com a ferramenta Fedwatch do CME Group.

Para Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio e sócio da Frente Corretora, não há expectativa de que a valorização do dólar -resultado do temor de uma recessão global combinado ao fluxo de saída de capitais dos mercados emergentes- ceda no curto prazo "já que um acordo entre Estados Unidos e China está cada vez mais distante".

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda-feira que não vê ameaça de uma recessão enquanto o governo Trump tenta reviver as negociações comerciais com a China, acrescentando que espera um ano positivo pela economia dos EUA. (Por Stéfani Inouye; edição de Isabel Versiani / Reuters)

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