BUENOS AIRES (Reuters) - O peso da Argentina despencou 30,3% nesta segunda-feira, para o recorde de 65 por dólar, segundo operadores, após o desempenho pior do que o esperado do presidente pró-mercado Mauricio Macri nas eleições primárias do país.
O movimento acontece depois que o candidato de oposição Alberto Fernández --cuja companheira de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner-- dominou as primárias com uma margem maior do que a esperada de 15,5 pontos percentuais.
O resultado joga sérias dúvidas sobre as chances de reeleição de Macri para um segundo mandado em outubro, disseram analistas.
Analistas do Bank of America Merrill Lynch dsseram que a escala da vitória de Fernández foi muito mais extrema do que seu cenário "pessimista". "Esperamos vendas significativas em ativos cambiais e forte pressão no ARS (peso argentino), com potencial desvalorização nas próximas semanas", disseram eles em nota.
A vantagem de Fernández superou de longe a margem de 2 a 8 pontos percentuais esperada nas recentes pesquisas de opinião.
"Os mercados reagem mal quando percebem que foram enganados. Estamos vivendo uma economia fictícia e o governo não está dando respostas", disse Fernández em entrevista a uma rádio nesta segunda-feira.
A Argentina está em recessão com inflação de mais de 55% depois de mais mais de três anos de políticas de Macri. Entretanto, os investidores veem a dupla Fernández/Kirchner como uma perspectiva mais arriscada do que Macri, que defende o livre mercado.
(Por Nicolás Misculin e Cassandra Garrison)