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Shows fazem serviços terem em abril primeira alta do ano

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O setor de serviços teve resultado mensal positivo pela primeira vez no ano, ao crescer 0,3% em abril, na comparação com março, divulgou nesta quinta-feira (13) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O avanço, após três meses de queda, se deve principalmente aos shows e espetáculos realizados no mês de abril.

Os eventos movimentaram o segmento de serviços prestados às famílias, que incluem as atividades de hospedagem, alimentação e gestão de espaços para eventos, e tiveram alta de 0,1%, mantendo a tendência positiva do mês anterior.

"Observamos um aumento nas atividades hoteleiras e de alimentação relativas à realização de grandes espetáculos no período, em especial o Lollapalooza, em São Paulo, e o Cirque du Soleil, no Rio de Janeiro", explica o gerente da Pesquisa Mensal dos Serviços do IBGE, Rodrigo Lobo.

Ainda de acordo com a pesquisa, na comparação com abril de 2018, foi observada queda de 0,7% no volume de serviços, a segunda taxa negativa nesse tipo de comparação. No ano, o setor acumula alta de 0,6%.

O resultado em 12 meses, de avanço de 0,4%, contra 0,6% registrado em março, revela uma redução no ritmo de crescimento observada desde fevereiro deste ano, explica o IBGE. O setor permanece em 11,9% abaixo do pico de série do PIB, que aconteceu em janeiro de 2014.

O mês de abril recupera parte das perdas registradas em março (-2,3%) -a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. Porém, o resultado ainda não representa um novo momento para o setor.  

"Não dá para dizer que é o início de uma recuperação. Essa variação de 0,3% não elimina nem sequer a perda entre janeiro e março, que foi de 1,8%", afirma Lobo.

Resultado por atividades Três dos cinco segmentos pesquisados tiveram alta em abril frente a março. Os serviços de informação e comunicação, que representam 33% do índice, avançaram 0,7%, recuperando assim, parte da perda de 1,8% registrada no mês anterior. "Os destaques no mês nesse segmento foram as receitas da TV aberta de outros serviços de tecnologia de informação", diz Lobo.

No mês também houve resultado positivo nos serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%) e serviços prestados às famílias (0,1%).

Por outro lado, transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio registraram queda de 0,6%, eliminando totalmente o ganho obtido em março, e os outros serviços recuaram 0,7%. Os transportes estão 14,7% abaixo do patamar mais alto da série, registrado na esteira da recuperação após a paralisação dos caminhoneiros, em 2018.

Neste segmento, a principal influência negativa no mês veio da receita das companhias aéreas. Houve queda de 9,9% no volume de serviços do transporte aéreo em abril frente a março.

"A questão não se deve ao problema financeiro da Avianca, mas a uma questão conjuntural do setor. Em março havia um patamar mais elevado de receita em função do carnaval", afirma o gerente da pesquisa do IBGE.

Na comparação com abril de 2018, foi observada queda de 0,7% no resultado geral do setor de serviços, com queda em duas das cinco atividades e em metade dos 166 tipos de serviços investigados. O principal impacto negativo veio do ramo dos transportes, que recuou 5% na comparação com igual período no ano anterior. Houve recuo no transporte de cargas, tanto rodoviário, quanto ferroviário, e no transporte aéreo.

Também houve queda serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,8%), explicado pelos decréscimos de receita vindos das empresas de soluções de pagamentos eletrônicos, de limpeza geral, de transporte de valores, de gestão de ativos intangíveis não financeiros e de vigilância e segurança privada.

Por outro lado, cresceram os serviços de informação e comunicação (2,1%), impulsionados, em grande medida, pelo aumento na receita de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação online, serviços prestados às famílias (3,6%) e outros serviços (1,2%).

A receita nominal de serviços, por sua vez, subiu 0,8% em abril, frente ao mês imediatamente anterior, 3,4% em relação a um ano antes. No ano, houve expansão de 4% e, em 12 meses, elevação de 3,4%.

Turismo em queda Apesar do resultado positivo no índice geral, as atividades turísticas recuaram 1,5% em abril, na comparação com março. Nove das 12 unidades da federação onde esse indicador é investigado registraram queda no mês, com destaque para o Rio de Janeiro (-5,6%), Santa Catarina (-11,6%) e Distrito Federal (-9,5%).

Na comparação com abril de 2018, o índice do turismo apresenta estabilidade, após assinalar oito taxas positivas seguidas.

Expectativas para maio Para maio, a expectativa dos empresários do setor de serviços continua em baixa, conforme mostra sondagem feita pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas). O Índice de Confiança de Serviços caiu 3,1 pontos em maio, para 89.

"Não é esperada uma recuperação para maio. O enfraquecimento da expectativa dos empresários de serviços voltou ao patamar próximo de setembro de 2018, o mês que antecipou as eleições", afirma Lobo.