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Trump deixa em aberto prazo para tarifas contra China, com quem tem relação "irritante"

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou-se nesta quarta-feira a fixar prazo para imposição de tarifas adicionais sobre 325 bilhões de dólares em produtos chineses e disse que a relação com Pequim é boa, mas "irritante", depois que a China rechaçou compromissos para um acordo comercial.

Dizendo que ainda pretende se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, no final deste mês, Trump tem repetidamente ameaçado intensificar uma guerra comercial que já dura meses, colocando tarifas sobre quase todas as importações chinesas ainda não taxadas, que incluem produtos como telefones celulares, computadores e roupas.

Perguntado se tem um prazo para a China fazer progressos em direção a um acordo antes de enfrentar a penalidade adicional, Trump disse que não.

"Eu não tenho prazo", disse ele em entrevista coletiva. "Vamos descobrir o prazo final. Ninguém consegue saber exatamente qual (é esse prazo)."

Antes, Trump havia dito que decidirá, após a reunião do G20 no Japão no final de junho, se vai cumprir sua ameaça.

Washington já impôs tarifas de 25% sobre 250 bilhões de dólares em mercadorias chinesas, desde semicondutores até móveis, exportados aos Estados Unidos.

O presidente norte-americano reiterou sua crença de que indústrias estão deixando da China sob pressão das tarifas que os EUA já impuseram em benefício da indústria norte-americana.

"Acho que vamos acabar fazendo um acordo com a China. Temos um relacionamento muito bom, embora seja um pouco irritante agora, como seria de se esperar. Acho que eles realmente têm que fazer um acordo."

Embora Trump tenha dito que planeja se encontrar com Xi na cúpula do G20 no Japão, o governo chinês não confirmou nenhuma conversa planejada.

As negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo desmoronaram em maio. Autoridades do governo Trump disseram que a China enfraqueceu compromissos assumidos em questões como impedir o roubo de propriedade intelectual.

"Pensamos que tínhamos um acordo e, infelizmente, eles decidiram que iam mudar o acordo e não podem fazer isso comigo. Mas algo vai acontecer e acho que vai ser algo muito positivo", disse Trump.

Os Estados Unidos querem que a China mude suas práticas comerciais ao não exigir que as empresas norte-americanas compartilhem sua tecnologia para fazer negócios no país asiático, reduzindo os subsídios para empresas estatais chinesas e aumentando o acesso aos mercados chineses.

(Reportagem adicional de Steve Holland e Timothy Ahmann)

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