A Securities and Exchange Commission, órgão encarregado pelos mercados de capitais dos Estados Unidos, está investigando Siemens, Philips e General Electric por supostamente usarem intermediários locais para negociar propinas junto a autoridades de governo e saúde da China envolvendo venda de equipamentos hospitalares, afirmaram duas fontes norte-americanas à Reuters. As investigações dos negócios das companhias na China, junto com um inquérito atual da SEC sobre vendas delas no Brasil, são parte de um novo esforço de autoridades dos EUA para combater supostos atos de corrupção nas vendas de equipamentos médicos no mundo, afirmaram as fontes.
Representantes da SEC não comentaram o assunto. Siemens, GE e Philips negaram condutas irregulares e afirmaram que não estão cientes sobre qualquer investigação da SEC envolvendo suas operações na China.
A Reuters publicou em maio que a SEC, o Departamento de Justiça dos EUA e a polícia federal norte-americana (FBI) estavam investigando Siemens, GE e Philips, e também a Johnson & Johnson, por supostamente terem pago suborno para vencerem contratos em licitações de equipamentos médicos no Brasil. As quatro empresas negaram irregularidades no Brasil. Sob uma lei federal dos EUA chamada de Ato contra Práticas de Corrupção no Estrangeiro (FCPA), de 1977, é ilegal para norte-americanos, empresas dos EUA ou companhias com títulos listados no país pagar autoridades estrangeiras para obterem negócios. Se consideradas culpadas de violar a legislação, as empresas podem ser condenadas a pagar multas definidas pela SEC.
O mercado de equipamentos hospitalares da China movimentou 58,6 bilhões de dólares em 2017, ante 10,8 bilhões no Brasil, segundo dados mais recentes disponíveis no Departamento de Comércio dos EUA. Em ambos os mercados, as companhias teriam se beneficiado não apenas com a venda de equipamentos, mas também com margens de lucro maiores sobre suporte das máquinas ao longo do ciclo de uso de 10 a 15 anos, bem como na venda de atualizações de software, peças de reposição e materiais usados na operação dos equipamentos, afirmaram as fontes. A Comissão Nacional de Planejamento Familiar e de Saúde da China e a agência de alimentos e medicamentos da China, responsáveis pela regulação do sistema de saúde do país, não comentaram o assunto de imediato. Promotores federais no Brasil também não se manifestaram.