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Mercado tem semana de recuperação, mas maio segue como pior mês do ano

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Após três quedas consecutivas, a Bolsa brasileira teve uma semana de recuperação. Mesmo com agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o índice subiu 4,12% na semana, em recuperação do tombo no período anterior.

O dólar, que terminou cotado a R$ 4,10 na sexta-feira passada (17), fechou a R$ 4,0170 nesta sexta (24), com queda de 0,76% no dia.

A defesa da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados aliviou a preocupação de investidores quanto à aprovação do projeto e impulsionou a Bolsa brasileira na semana. A perspectiva de corte de juros também aliviou o mercado. No mês, a queda do índice é de 2,83%, a pior do ano.

"A semana passada foi de preocupações agudas com capacidade de articulação do presidente quanto a reforma, mas o Rodrigo Maia e o próprio Paulo Guedes conseguiram encantar o mercado e, surpreendentemente, andamos na contramão em relação ao mundo", afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

Nesta sexta, o Ibovespa recuou de 0,30%, mas manteve os 93 mil pontos. A baixa do maior índice acionário do país foi impulsionada pela fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, à revista Veja, na qual ele ameaça deixar o cargo caso a reforma aprovada seja de baixa economia.

O giro financeiro foi de R$ 11,863 bilhões, abaixo da média diária de R$ 16 bilhões para o ano.

A alta de 1% das ações da Vale, a R$ 48,31, amenizou a queda do índice. O minério de ferro na China subiu 2,96% nesta sexta. Também corroborou a notícia de que Bofa Merrill Lynch elevou a recomendação das ações da mineradora listadas nos EUA para "compra" e a construção de uma siderúrgica de R$ 1,5 bilhão em Marabá (PA).

O dólar acumulou desvalorização de 2% na semana, frente a alta de 4% na semana anterior. O recuo foi impulsionado, em parte, pelos leilões de linha do Banco Central que somaram venda com compromisso de recompra de US$ 3,75 bilhões.

Com índices econômicos desanimadores, economistas apostam em uma redução da taxa Selic, que esta a 6,5% no momento, ainda este ano.

"O Banco Central ter vai ter que cortar o juro para acelerar a economia. Mas eu acho que não deveria, pois não vai surtir efeito", diz Perfeito. O economista projeta que a taxa vai encerrar o ano a 5,75%.