ASSINE
search button

Otimismo externo impulsiona alta modesta de índice

Compartilhar

A bolsa paulista avançava nesta sexta-feira, seguindo o movimento de alta dos principais mercados externos depois de uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliviar tensão sobre a disputa comercial do país com China, enquanto cena política doméstica permanecia no radar.

Às 11:52, o Ibovespa subia 0,22%, a 94.115,36 pontos. O volume financeiro era de 3,9 bilhões de reais.

Na quinta-feira, Trump previu um rápido final para a guerra comercial com a China, mesmo que no momento não exista previsão para uma nova rodada de negociação, e disse que as reclamações dos EUA contra a Huawei podem ser resolvidas dentro da estrutura de um acordo. A declaração de Trump surtia efeito nos mercados externos, com os principais índices de Wall Street operando em alta.

"Nós temos visto muita volatilidade, então é natural para o momento que o mercado reaja a qualquer sinal, sendo ele negativo ou positivo", afirmou Felipe Silveira, analista de investimentos da Coinvalores, acrescentando que a fala de Trump mostra que os EUA aparentam continuar abertos para firmar um acordo com a China.

Internamente, o otimismo quanto à cena política melhorou durante essa semana, com o avanço nas pautas econômicas sinalizando que o Congresso está comprometido em trabalhar em pautas mais voltadas para o mercado, independente dos eventuais conflitos com o governo.

No entanto, a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista publicada no site da Veja nesta sexta-feira, de que irá renunciar ao cargo se a reforma da Previdência pretendida pelo governo virar uma "reforminha" inspirava cautela.

DESTAQUES

-BRASKEM tinha a segunda maior queda do índice, recuando 3,8 por cento, em meio à continuação de preocupações de investidores sobre uma eventual interrupção de negociações de venda da empresa para a LyondellBasell, após a companhia ser acusada por afundamentos de solo em Maceió devido às suas operações de mineração de sal-gema.

- JBS subia 4%, tendo de pano de fundo notícia de que Brasil enviou na quinta-feira uma lista com 30 fábricas frigoríficas candidatas a exportar para a China, para que o governo chinês possa eventualmente habilitá-las. A expectativa é que a resposta seja dada em 30 dias, segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. No setor, BRF ganhava 3,6%.

- PETROBRAS PN avançava 0,9% e PETROBRAS ON valorizava-se 0,5%, em linha com a alta dos preços do petróleo no exterior, e ecoando notícia de que o conselho de administração da estatal aprovou na véspera o modelo de venda adicional de sua participação na BR Distribuidora, a ser conduzida por meio de uma oferta pública secundária de ações. As ações da distribuidora subiam 1,9 por cento.

- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR subia 1,5%, depois que a holding francesa Rallye foi colocada sob proteção contra credores por pelo menos seis meses por um tribunal de Paris. A decisão não afeta as operações do Casino, controlador do GPA, afirmou a empresa, e dá tempo para que o bilionário Jean-Charles Naouri, controlador do Casino, para reestruturar as finanças de seu império de varejo.

- VALE ganhava 2,5%, tendo de pano de fundo a alta dos preços do minério de ferro na China. Também corroborava notícia de que Bofa Merrill Lynch elevou a recomendação das ações da mineradora listadas nos EUA para "compra".

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,7%, mesmo percentual de queda exibido por BRADESCO PN, em sessão em geral negativa para o setor de bancos.

- SABESP tinha queda de 1,6%, na esteira de noticiário apontando que medida provisória que altera o marco legal do saneamento básico no país não conta com apoio na Câmara dos Deputados e deve perder a validade, segundo uma liderança parlamentar, que acrescentou à Reuters que o tema deverá ser discutido pela Casa por meio de projeto de lei.