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Dólar acelera alta e bate R$4,10 com debate sobre atuação do BC, ruídos locais e externos

Reuters/Dado Ruvic -
A alta do dólar não se deveu apenas ao mercado interno, marcado pelo anúncio de Haddad. A moeda norte-americana subiu em todo o planeta após a inflação ao produtor nos Estados Unidos ter ficado acima do previsto em novembro
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O dólar disparava ante o real nesta sexta-feira, batendo a marca de 4,10 reais, nas máximas em mais de sete meses, com o mercado testando a disposição do Banco Central para atuar no câmbio em mais um dia de desconforto com a cena política local e o exterior.

Às 13:21, o dólar avançava 1,54%, a 4,0989 reais na venda. Na máxima, a moeda tocou 4,1043 reais.

O dólar futuro ganhava cerca de 1,2% neste pregão.

Na quinta-feira, a divisa encerrou com avanço de 1,01%, a 4,0366 reais na venda, fechando acima dos 4 reais pela primeira vez em sete meses e meio.

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Dólar (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

Para analistas, o descolamento do real em relação a seus pares já suscita debate mais acirrado sobre os riscos de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio.

O Citi diz que o BC deve atuar com o dólar oscilando entre 4,10 reais e 4,20 reais.

O real tem o pior desempenho entre as principais moedas globais nesta sessão, conforme investidores passavam a cogitar um cenário ainda mais conturbado para a reforma da Previdência.

"A grande questão é a falta de coordenação política, a falta de uma mão forte que possa dar sequência. O governo Bolsonaro mostra que não existe nenhuma habilidade não só do presidente como também de seus ministros", afirmou Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.

O Banco Central vendeu nesta sexta-feira todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em 12 operações, o BC já rolou 3,030 bilhões de dólares, de um total de 10,089 bilhões de dólares a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de 68,863 bilhões de dólares.

(Por José de Castro e Laís Martins)

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