SÃO PAULO, 15 Abr (Reuters) - O dólar caía ante o real nesta segunda-feira, com investidores monitorando de forma cautelosa a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que pode começar a discutir a reforma da Previdência já nesta segunda-feira, e eventuais desdobramentos da intervenção do governo na Petrobras.
Às 12:16, o dólar recuava 0,24 por cento, a 3,8798 reais na venda Na sexta-feira, a divisa fechou com avanço de 0,83 por cento, a 3,8892 reais na venda.
O dólar futuro oscilava em torno da estabilidade.
Na sexta-feira, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), afirmou que a reforma será o primeiro item da pauta da comissão desta semana, seguida da proposta que torna o Orçamento mais impositivo.
Francischini reiterou que a intenção é votar a admissibilidade da proposta na CCJ nesta semana, mas afirmou que é difícil prever prazos.
"Segue no radar a iminente votação do parecer favorável à admissibilidade da PEC da nova previdência na CCJ da Câmara nesta semana, 'passo' que está dando calafrios inesperados ao mercado em meio à resistência do chamado 'centrão' e partidos de oposição", disse a operadora H.Commcor em nota.
Ainda na esteira do imbróglio de sexta-feira envolvendo o governo e a política de preços da Petrobras, o mercado tem no radar reuniões entre membros do governo, inclusive o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do tema.
Na sexta-feira, o dólar chegou a superar 3,90 reais na máxima da sessão depois que o presidente Jair Bolsonaro admitiu ter ligado para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, levando a estatal a recuar no reajuste que já havia sido anunciado, e ter dito que terá de ser convencido sobre o reajuste em uma reunião que convocou para terça-feira.
Prevalece entre agentes financeiros um clima de cautela no que tange o episódio envolvendo a Petrobras, movidos pela percepção de que a intervenção pode ter colocado o governo em uma posição mais complicada no lado político, o que alimenta temores sobre impacto na aprovação da Previdência.
"A reunião entre Bolsonaro e Guedes, onde será discutida a política de reajuste de preços da Petrobras, é destaque na agenda política hoje. Com o risco atrelado à manutenção da postura intervencionista adotada por Bolsonaro na última sexta-feira azedando o humor dos investidores", avaliaram analistas da Coinvalores Corretora, em nota.
No exterior, o apetite pelo risco era maior diante do alívio nos temores de desaceleração no crescimento global por sinais de estabilização na economia da China, além do otimismo de que as negociações comerciais entre Estados Unidos e China podem estar se aproximando do fim.
O Banco Central vendeu o lote integral de 5.350 contratos de swap cambial tradicional ofertados nesta segunda-feira em operação de rolagem do vencimento maio. Em 11 leilões neste mês, o BC já vendeu 2,943 bilhões de dólares nesses contratos. O lote a expirar em 2 de maio é de 5,343 bilhões de dólares. (Por Laís Martins Edição de Camila Moreira)