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Trump adia 'tarifaço' e quer ter com Xi

Mandel Ngan/AFP -
Segundo tuitou Trump, houve avanços sobre propriedade intelectual, agricultura, serviços e moeda
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O presidente americano Donald Trump expressou, ontem, o desejo de realizar uma cúpula com o mandatário chinês, Xi Jinping, para assinar um acordo e dar fim às disputas comerciais entre os dois países. "Vamos ter uma cúpula para a assinatura", afirmou Trump durante reunião com governadores. "Tomara que possamos concluir isso. Estamos muito, muito próximos", acrescentou".

No fim de semana, Trump anunciou que vai adiar a entrada em vigor de um aumento das tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses após um "avanço substancial" nas negociações comerciais entre os dois países. Em reação, a agência oficial chinesa Xinhua citou "progressos significativos" nas negociações entre ambos.

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Segundo tuitou Trump, houve avanços sobre propriedade intelectual, agricultura, serviços e moeda (Foto: Mandel Ngan/AFP)

"Me alegro em informar que os Estados Unidos fizeram um avanço substancial em nossas conversações com a China sobre importantes temas estruturais, inclusive proteção de propriedade intelectual, transferência de tecnologias, agricultura, serviços, moeda e muitos outros temas", publicou o presidente americano no Twitter.

Na semana passada, foi concluída a quarta rodada de diálogos para fim à disputa comercial, após a trégua de três meses pactuada entre os mandatários dos dois países no fim de novembro.

Trump já tinha citado várias vezes a possibilidade de adiar a data-limite de 1 de março para alcançar um acordo comercial e não elevar as tarifas sobre as importações chinesas de 10% para 25%. No domingo, disse aos governadores que "se tudo correr bem", "grandes notícias são esperadas na semana que vem ou na seguinte".

Investidores, executivos e economistas do mundo todo estão atentos ao desenvolvimento de negociações já que uma guerra comercial atacaria com força os lucros das empresas, subindo os preços para os produtos importados e dificultando as vendas de exportadores.

Wall Street operou em alta, ontem, após o anúncio do prologamento da trégua, seguindo a tendência das bolsas asiáticas mais cedo. As Bolsas da China continental fecharam o dia em forte alta, acima de 5,0%. O índice composto da Bolsa de Xangai fechou em alta de 5,6% e o da Bolsa de Shenzhen ganhou 5,42%.

Os relatos sobre as negociações indicam que a China prometeu retomar ou aumentar as compras de bens agrícolas americanos, mas Washington busca mudanças na estratégia industrial do país além de reforçar a proteção para suas tecnologias.

Os Estados Unidos se queixam de ter um enorme déficit comercial, mas a prática comercial mais criticada pelas empresas americanas é a obrigação de entregar sigilos comerciais quando fazem negócios na China. A pirataria digital e as violações dos direitos de propriedade intelectual também são uma prioridade, mas, em geral, especialistas afirmam que a maior dificuldade reside na aplicação e verificação das medidas prometidas por Pequim.

De acordo com David Dollar, ex-emissário do Tesouro americano na China, está previsto que os chineses aceitem as reformas estruturais no papel, "mas depois vai ser difícil que os EUA peçam mais", citando especificamente a revisão da aplicação dessas mudanças. "Quem vai poder acompanhar melhor a execução das reformas estruturais serão as próprias empresas", afirmou Gary Hufbauer, do Peterson Institute of International Economics (PIIE)