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A Microsoft volta ao topo

Indiano usa nuvem e diversificação para retomar posto de empresa mais valiosa do mundo

Divulgação -
Bill Gattes acertou a mão quando passou o comando da Microsoft indiano para Satya Nadella, em 2014, que apostou na nuvem
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A gigante Microsoft voltou ao topo universo tecnológico após um retorno extraordinário, reaproximando-se da Apple, após três anos de transformação sob a liderança de seu CEO, indiano Satya Nadella. Ela recuperou o título de empresa mais valiosa do mundo - que ostentava na década de 1990 graças ao Windows - ao conseguir avaliação superior à da Apple pela 1ª vez desde 2010, após uma leve alta da fabricante do iPhone. No fechamento da Nasdaq em novembro, o valor de mercado da Microsoft foi de US$ 851,2 bilhões - três vezes maior do que quando Nadella assumiu a empresa, no início de 2014. Já a Apple valia US$ 847,4 bilhões, queda de 20% nas últimas oito semanas. A Amazon não ficou longe, com US$ 826 bilhões.

Nos últimos anos, o destino da Microsoft ficou em suspenso, após fracassos marcantes na computação móvel, enquanto Apple, Google e Amazon viram sua fortuna crescer. Analistas dizem que a paciência, a diversificação e a disposição de abandonar empresas falidas impulsionaram a retomada da Microsoft.

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Bill Gattes acertou a mão quando passou o comando da Microsoft indiano para Satya Nadella, em 2014, que apostou na nuvem (Foto: Divulgação)

“A Microsoft está funcionando com todos os cilindros neste momento”, disse Jack Gold, analista de tecnologia da J. Gold Associates. “Satya Nadella fez um trabalho fantástico ao afastá-lo das zonas sem saída e ser mais inovadores”, afirmou. A Microsoft ainda obtém receitas consideráveis do Windows, o software que roda na grande maioria dos computadores pessoais. Mas ela aproveita sua posição para atrair clientes comerciais para sua plataforma de computação na nuvem, a Azure e desenvolveu um fluxo de receita mais constante com seu pacote de software Office para consumidores e empresas. “Azure foi realmente grande para a Microsoft”, disse Gold. Para as empresas que já usam sistemas Microsoft para PC e servidores, “é fácil continuar com a Microsoft, essa é a vantagem para eles”, avaliou. A Microsoft se tornou muito menos dependente de um único produto que no passado, com forte crescimento dos serviços em nuvem e receitas de seu negócio de jogos do Xbox, o buscador Bing, tablets e PC’s, assim como a rede social profissional LinkedIn, adquirida em 2016.

Ela ganhou um contrato de US$ 480 milhões com o Exército dos Estados Unidos wm 2017 para fornecer dispositivos HoloLens, que ajudaram as tropas a treinar usando realidade aumentada e virtual.

Também está competindo com a Amazon e outros por um contrato bilionário para serviços em nuvem do Pentágono. As fontes de renda diversificadas contrastam com a Apple, que ainda depende das vendas do iPhone para a maior parte de sua receita e seus lucros. “A Microsoft está bem equilibrada em diferentes categorias”, disse Bob O’Donnell, da TECHnalysis Research. “Para a Apple, atingimos o máximo de smartphones, e é um mercado muito desafiador. Os observadores da Apple sabiam há muito tempo que isso aconteceria em algum momento, e a questão é quão rápida pode ser a transição para os serviços”.

A ênfase da Microsoft nos serviços comerciais torna a empresa menos visível para os consumidores, mas “significa que eles não estão sujeitos aos caprichos da moda tecnológica e que sua base de receita é mais forte e mais estável”, disse O Donnell.

Aprendendo com os fracassos -

Grande parte da transformação da Microsoft veio quando decidiu jogar a toalha em seu negócio de telefonia móvel com a Windows, depois de adquirir o negócio de dispositivos Nokia, mas sem ter conseguido se estabelecer no setor dominado pelos smartphones e aparelhos da Apple e da Google.

“Acho que Satya Nadella aplicou um padrão extraordinariamente bom”, disse Roger Kay, consultor e analista da Endpoint Technologies Associates. “Ele cedeu o negócio de consumo para a Apple e se concentrou no setor corporativo e na nuvem”, acrescentou.

A Apple, por sua vez, exigiu em grande parte seus próprios dispositivos para seus serviços, uma estratégia que Gold chamava de “preocupante”.

“Esse é o mesmo caminho que a Microsoft adotou há uma década”, disse ele. “A Apple vai ter que mudar isso.”

A opção pela nuvem

“A ênfase da Microsoft nos serviços comerciais torna a empresa menos visível para os consumidores, mas “significa que eles não estão sujeitos aos caprichos da moda tecnológica e que sua base de receita é mais forte e mais estável”, disse O’Donnell.

Grande parte da transformação da Microsoft veio quando decidiu jogar a toalha em seu negócio de telefonia móvel com a Windows, depois de adquirir o negócio de dispositivos Nokia, mas sem ter conseguido se estabelecer no setor dominado pelos smartphones e aparelhos da Apple e da Google.

Lições das perdas

“Satya Nadella aplicou um padrão extraordinariamente bom”, disse Roger Kay, consultor e analista da Endpoint Technologies Associates. “Ele cedeu o negócio de consumo para a Apple e se concentrou no setor corporativo e na nuvem”, acrescentou. A Apple, por sua vez, exigiu em grande parte seus próprios dispositivos para seus serviços, uma estratégia que Gold chamava de “preocupante”.

“Esse é o mesmo caminho que a Microsoft adotou há uma década”, disse ele. “A Apple vai ter que mudar isso.”