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Marfrig, o novo rei dos hambúrgueres

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A Marfrig se tornará a maior produtora de hambúrgueres do mundo, com a compra, anunciada ontem, de ativos da BRF na Argentina. Segunda maior fabricante de carne bovina do mundo, a Marfrig Global Foods adquiriu por US$ 60 milhões a argentina QuickFood que pertencia à BRF. Além dos hambúrgueres, as duas empresas também celebraram parceria para a produção e distribuição de almôndegas, quibes, dentre outros, produzidos na fábrica de Várzea Grande (MT) pelo prazo de cinco anos.

O acordo envolve ainda venda de terreno e equipamento de fábrica da BRF em Várzea Grande por R$ 100 milhões. Os negócios foram fechados por um valor total de cerca de R$ 334 milhões.

A QuickFood é a líder na produção de alimentos derivados de carne bovina na Argentina e dona das marcas Paty e Vieníssima. A empresa opera três unidades localizadas em San Jorge, Baradero e Arroyo Seco, com capacidade de abate de 620 cabeças/dia e processamento de cerca de 6 mil toneladas/mês de hambúrgueres, salsichas, frios e vegetais congelados.

O diretor-financeiro e de Relações com Investidores da Marfrig, Marco Spada, em teleconferência com analistas, disse que a empresa está mantendo conversas com bancos interessados em financiar a compra dos ativos da BRF, apesar de caixa “não ser um problema para a companhia neste momento”. Ele disse, porém, que “se houver necessidade de um financiamento a longo prazo, será bem-vindo”.

Mais cedo, o CEO global da Marfrig, Eduardo Miron, e o CEO da América do Sul, Miguel Gularte, afirmaram que a empresa ainda estudará a melhor forma de pagar pela aquisição da Quickfood e a planta localizada em Várzea Grande. A expectativa de Miron é que o contrato seja liquidado em meados de janeiro.

Com relação ao processo de redução do endividamento da empresa, amplamente citado durante o período em que a Marfrig negociava a venda da Keystone, nos Estados Unidos, o CEO global avalia que os acordos com a BRF foram estratégicos e merecem que a Marfrig “gaste um pouco mais de tempo” para seguir com o plano de desalavancagem.

No terceiro trimestre de 2018, a alavancagem - medida pela relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado - em base proforma atingiu 2,57 vezes em reais (considerando a conclusão da venda da Keystyone para Tyson Foods). Sem considerar a venda, a alavancagem estaria em 4,19 vezes.

Ontem, no fechamento da B3, os papéis da Marfrig recuaram 1,26%, enquanto os da BRF cederam 1,21%.