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Petrobras se antecipa e resolve demitir funcionários suspeitos em investigações da Lava Jato

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A Petrobras resolveu demitir funcionários suspeitos de alterarem preços de petróleo e derivados
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Em decisão praticamente sumária, inédita, a Petrobras informou ter demitido, por justa causa os funcionários “contra quem existem fortes evidências de envolvimento em irregularidades apuradas no âmbito da 57ª Fase da Operação Lava Jato”. Batizada de Sem Limites, a etapa da operação deflagrada ontem contava com dois mandados de prisão contra funcionários que continuavam atuando na companhia.

Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, funcionários da estatal receberam propina para alterar valores na compra e venda de petróleo e derivados com empresas estrangeiras. Os suspeitos também teriam realizado negócios irregulares de locação de tanques de armazenagens e, com alterações de centavos na negociação de cada barril, o esquema envolvia milhões de dólares devido à grande quantidade de combustível movimentada diariamente.

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A Petrobras resolveu demitir funcionários suspeitos de alterarem preços de petróleo e derivados (Foto: Reprodução)

Nomes sob suspeita

Foram decretados ao todo 11 mandados de prisão preventiva. Um dos funcionários que continuava na companhia atuando no escritório da estatal em Houston (EUA). Foi emitido um alerta para Interpol contra ele. O outro suspeito trabalhava em uma das sedes da empresa no Rio de Janeiro, mas não foi preso porque está hospitalizado.

A Petrobras não divulgou os nomes dos funcionários demitidos, mas, na mesma quarta-feira da demissão, a juíza federal Gabriela Hardt ordenara à Petrobras que entregasse aos investigadores da Operação Sem Limites, fase 57 da Lava Jato, o “conteúdo integral” - incluindo agendas eletrônicas - da caixa dos e-mails funcionais utilizados por sete “funcionários e ex-funcionários” da estatal - Rodrigo Garcia Berkowitz, Jeceny Jorge Lourenço Rodrigues, Carlos Roberto Martins Barbosa, César Joaquim Rodrigues da Silva, Marcus Antônio Pacheco Alcoforado, Jorge de Oliveira Rodrigues e Márcio Pinto de Magalhães.

Sem Limites

A 57.ª fase da Lava jato identificou um esquema “estruturado e atuante” na área de trading da Petrobras, setor onde são realizados os negócios de compra e venda de petróleo e derivados para ou da estatal por empresas estrangeiras.

A suspeita é de que, entre 2011 e 2014, as empresas Vitol, Trafigura e Glencore, gigantes até maiores que a estatal, pagaram propinas para intermediários e funcionários da Petrobras nos montantes, respectivamente, de US$ 5,1 milhões, US$ 6,1 milhões e US$ 4,1 milhões, relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem