ASSINE
search button

Análise econômica não mostra que ficaremos mais pobres com Brexit, diz May

Compartilhar

Em sessão regular de perguntas no Parlamento britânico, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, negou que a análise econômica de longo prazo publicada nesta quarta-feira pelo Departamento do Tesouro do seu próprio governo mostra que o país ficará "mais pobre" após a consumação do Brexit.

Na visão da líder do Partido Conservador, o que os documentos mostram é que a economia britânica "continuará crescendo" na sequência do divórcio com a União Europeia. Ela não fez menção, contudo, a uma possível desaceleração do ritmo de expansão da atividade, que é o que os relatórios trazem à tona.

May também refutou a hipótese, levantada pelo líder do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), Ian Blackford, de que os salários no Reino Unido cairão em termos reais após o Brexit. A resposta fez o parlamentar comentar, ironicamente, que a premiê "não deve ter lido a análise do seu próprio governo".

"Se o Parlamento rejeitar este acordo, trará caos e incerteza", apontou a conservadora, "e voltaremos à estaca zero". A reação vinda dos bancos parlamentares não foi particularmente amistosa.

Sobre as críticas aos pontos vagos deixados pela declaração política conjunta com Bruxelas sobre a relação futura entre as partes após o Brexit, May reconheceu que há um direito "legítimo" dos parlamentares de entender os aspectos legais desse trato. "É perfeitamente possível torná-lo texto legal em dois anos", garantiu.

Ela esclareceu, contudo, que a União Europeia não poderia assinar um texto legalmente vinculante sobre a relação futura com o Reino Unido antes da data prevista para o início do período de transição.

Constantemente questionada sobre a sua intransigência em dizer que as únicas opções são o atual acordo ou nenhum acordo ou nenhum Brexit, May pontuou que "não seria possível fazer uma nova consulta popular antes de 29 de março de 2019". "Aqueles que pedem um novo referendo querem estender o período de transição" e trair a vontade do povo britânico, ela acusou.

Diante das muitas manifestações contrárias de parlamentares aos termos obtidos por May junto à UE, a premiê rebateu que "os agricultores do País de Gales, os pescadores da Escócia e os empresários da Irlanda do Norte" apoiam o seu acordo.