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Dólar sobe ante real e no exterior paralelamente ao tombo do petróleo

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O dólar segue em alta no mercado doméstico nesta sexta-feira, 23, embalado pela valorização da moeda americana no exterior em meio a novo tombo do petróleo e sinais de que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China não tem trégua. Internamente, os investidores monitoram a desaceleração da alta do IPCA-15 de novembro para 0,19%, ante avanço de 0,58% registrado em outubro, que já era esperado, e observam sinais de atrito e de falta de articulação política do futuro governo.

A colunista do Broadcast Político Elizabeth Lopes ressalta que o fato de o presidente eleito Jair Bolsonaro enfrentar problemas em seu próprio quintal, com uma baixa importante como a de seu filho Carlos nesta fase de transição de governo, sinaliza uma preocupação ainda maior - principalmente quando se vê que o presidente eleito não conseguiu conter uma crise do seu entorno mais próximo.

O que se questiona é se essa falta de traquejo será sanada quando estiverem em cena temas cruciais para o desenvolvimento do País, como a reforma da Previdência, por exemplo. E se a rusga entre o futuro titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, e o núcleo familiar de Bolsonaro terá fim, com a saída oficial do filho de Bolsonaro da linha de frente da equipe de transição de governo e do gerenciamento de suas redes sociais.

Há incômodo ainda com comentários de racha no PSL por causa do crescimento do DEM no futuro governo, uma vez que o partido não faz parte da base aliada do governo Bolsonaro.

No exterior, o índice DXY do dólar foi às máximas da manhã depois que os preços do petróleo aceleraram perdas, com o WTI chegando a sofrer tombo de mais de 5% em Nova York.

Às 9h23, o DXY subia a 96,896 pontos, de 96,481 pontos no fim da tarde de qinta-feira e pouco abaixo da máxima intraday de 96,914 pontos. No mesmo horário, o euro caía a US$ 1,1339 e a libra recuava a US$ 1,2819.

Pesa no humor em Nova York, após a queda das bolsas chinesas nesta sexta, a informações de que os Estados Unidos estão tentando convencer países aliados - como Alemanha, Japão e Itália - a deixar de usar equipamentos de telecomunicações da gigante de tecnologia chinesa Huawei, devido a possíveis riscos à segurança cibernética - tema apontado em reportagem do The Wall Street Journal.

As bolsas europeias destoam e sobem moderadamente, enquanto o euro recua. Na Europa, há sinais de avanço do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), mas também muitas dúvidas sobre o que pode acontecer até domingo, quando os líderes do bloco comum se encontram para avaliar o esboço do acordo firmado ontem entre os dois lados.

Às 9h25 desta sexta-feira, o dólar à vista desacelerava o ganho a R$ 3,8091 (+0,02), após ter registrado máxima a R$ 3,8196. O dólar futuro de dezembro subia 0,22%, a R$ 3,8105, após tocar em máxima em R$ 3,8195 (+0,47%).