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Países da Ásia-Pacífico encerram encontro sem acordo em meio a richa China-EUA

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Um encontro entre líderes mundiais na Papua Nova Guiné falhou em chegar a um acordo sobre um comunicado final neste domingo. O encontro foi marcado pela divergência entre China e Estados Unidos.

As 21 nações do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico tiveram dificuldades em superar divergências a respeito do papel da Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme afirmaram autoridades.

"O mundo todo está preocupado" com as tensões entre China e Estados Unidos, afirmou o primeiro-ministro de Papua Nova Guiné, Peter O'Neill. Ele falou a jornalistas após confirmar que não haveria um comunicado oficial das lideranças presentes no encontro.

É a primeira vez que os participantes não conseguem chegar a um acordo sobre uma declaração em 29 anos de reuniões que envolvem os países, representantes de 60% da economia mundial.

Versões de rascunho do comunicado às quais a Associated Press teve acesso mostram que os Estados Unidos queriam uma linguagem mais forte contra práticas injustas de comércio, as quais o país acusa a China de cometer. A China, por sua vez, queria uma reafirmação da oposição ao protecionismo e unilateralismo, também sustentando que os Estados Unidos praticam esse tipo de ação.

Os Estados Unidos impuseram tarifas adicionais de R$ 250 bilhões sobre exportações chinesas este ano e Pequim retaliou com a imposição de tarifas a exportações norte-americanas.

"Não acredito que seja uma surpresa dizer que há visões divergentes" sobre comércio, disse o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. "Isso impediu que houvesse um consenso pleno a respeito de um comunicado", acrescentou.

O fórum de dois dias foi pontuado por aspereza entre as partes e sublinhou uma crescente rivalidade entre a China e o Ocidente na disputa por influência sob o normalmente negligenciado Pacifico Sul, região na qual Pequim tem atraído Estados insulares empobrecidos com ajuda e empréstimos.

O vice-presidente norte-americano Mike Pence e o presidente da China Xi Jinping trocaram farpas em discursos no sábado.

Pence declarou respeito a Xi, mas criticou duramente a segunda economia do mundo pelo que considerou ser roubo de propriedade intelectual, transferência forçada de tecnologia e práticas comerciais injustas. Ele acusou a China de levar nações em desenvolvimento a uma armadilha de endividamento por meio de empréstimos que o país oferece para obras de infraestrutura.

O discurso de Xi, por sua vez, destacou que o mundo está enfrentando uma escolha entre cooperação e confronto a medida em que cresce o protecionismo e o unilateralismo. Ele afirmou que as regras de instituições globais estabelecidas após a Segunda Guerra Mundial, como a OMC, não deveriam ser moldadas para satisfazer agendas egoístas.

Pence disse a jornalistas durante o final de semana que ele teve duas conversas "sinceras" com Xi. O presidente chinês deve se encontrar com o norte-americano Donald Trump no encontro do G20 no final deste mês na Argentina. Fonte: Associated Press.

Tags:

acordo | china | comércio | eua