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Bancos melhoram previsão para 2019

Com Bolsonaro, bancos já preveem déficit em queda, Selic em 6,50% e PIB em alta para 2019

Arte JB -
MUDANÇA DE CENÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO
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Na segunda semana após a eleição de Jair Bolsonaro e de conhecidas as primeiras medidas visadas pelo novo governo para obter um ajuste fiscal robusto, os dois maiores bancos do país melhoraram as perspectivas da economia em 2019. O Bradesco manteve o crescimento do PIB em 1,1% este ano e elevou de 2,5% para 2,8% a taxa de 2019. Mas, manteve a previsão de que o piso dos juros, a taxa Selic, vai saltar dos atuais 6,50% para 8% até o final de 2019, mesmo tendo admitido, em outubro, que a taxa poderia ficar em 7,75% em 2019.

Já o Itaú, embora reajustando menos a projeção do PIB (mantida em 1,3% para 2,108) e elevada de 2% para 2,5% em 2019, fez a aposta mais radical no sucesso do ajuste fiscal com as medidas já em discussão pela equipe de transição, que se reúne desde quarta-feira no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília: previu que não vai haver aumento na taxa Selic em 2019, mantendo o atual nível de 6,50% até dezembro do ano que vem.

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MUDANÇA DE CENÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO (Foto: Arte JB)

Na última pesquisa Focus do Banco Central, com projeções coletadas junto a 100 instituições financeiras, consultorias e institutos de pesquisa, a mediana das chamadas Top 5 (as cinco instituições que mais acertam as previsões) reduziu de 7,88% para 7,50% a aposta na Selic em 2019. Na segunda-feira, as previsões dos economistas do mercado já devem incorporar a avaliação das pretensões do governo Bolsonaro para o ajuste fiscal, com a reforma da Previdência e outras medidas.

Em novas projeções sobre a economia brasileira e a conjuntura mundial divulgadas ontem, o Itaú diz agora esperar um déficit primário de R$ 122 bilhões este ano (1,8% do PIB), contra R$ 125 bilhões (1,9%) do PIB em outubro e R$ 145 bilhões (2,1% do PIB) em julho, “bem melhor do que a meta de déficit de 2,3% do PIB (R$ 161 bilhões)”. O Itaú justifica a mudança pela “resiliência das receitas à moderação da atividade econômica e a gastos menores que o orçado, em razão do sucesso das medidas de revisões de gastos obrigatórios com auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e subsídios”.

O Bradesco espera “déficit de R$ 132 bilhões, contra meta de R$ 161 bilhões” e credita o melhor resultado de 2018 à arrecadação de receitas não recorrentes, como royalties de petróleo e concessões, além do benefício do aumento de impostos em 2017 e recuperação da atividade. E elogia o “esforço continuado do governo em contenção de despesas, que deve continuar com o cumprimento do teto dos gastos”.

O Itaú reduziu de R$ 110 bilhões para R$ 96 bilhões, de 1,5% para 1,3% do PIB a previsão do déficit primário em 2019 e prevê para 2020 um déficit de R$ 59 bilhões (0,85) do PIB em 2020. O menor desde 2014. Os dois bancos fazem apostas positivas confiando que o novo governo avance com as reformas fiscais.

“Sem reformas, os resultados fiscais voltarão a uma tendência de deterioração.”, diz o Itaú, para quem “a reforma da Previdência é condição fundamental para o reequilíbrio das contas públicas”. A partir da dívida pública ter chegado a 77% do PIB, o Bradesco calcula a necessidade de um ajuste de, no mínimo, 3% do PIB, isto é, sair do déficit de quase 2% para superávit de quase 1% do PIB”.

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