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Juros recuam embalados por transição de governo e antes do Copom

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O mercado de juros ainda opera as taxas em baixa, apesar da desaceleração das perdas na esteira do fortalecimento do dólar ante o real. Os investidores mantêm o otimismo em relação à transição de governo e com reformas, além da espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) no início da noite desta quarta-feira, 31.

Às 9h47, o DI para janeiro de 2021 indicava 8,11%, ante 8,12% no ajuste de terça. O dólar à vista subia 0,34%, a R$ 3,7041. O dólar futuro de dezembro, que é o mais negociado a partir desta quarta, estava em alta de 0,20%, a R$ 3,7150.

Há expectativa se o Copom irá manter a Selic em 6,50% à noite, como espera a maioria no mercado. Estão no radar ainda as notícias sobre a transição para o governo de Jair Bolsonaro assim como eventual votação do projeto de lei da cessão onerosa (16 horas).

No mesmo horário, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se encontra com o atual titular da Pasta, Eliseu Padilha. Na terça, o economista Paulo Guedes confirmou que comandará um superministério da Economia, que resultará da fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento e Comércio Exterior, e disse que vai atuar para desmontar o sistema de lobby e protecionismo do setor industrial. "Vamos salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais."

Além do Ministério da Economia, o governo de Bolsonaro terá outras 15 pastas. Agricultura e Meio Ambiente também serão fundidos.

Outra ideia discutida na reunião de terça com o presidente eleito e sua equipe, segundo o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão (PRTB), foi unificar Educação com Esporte e Cultura. Mourão disse que, no entanto, pastas tradicionais deverão permanecer com atuação isolada, como é o caso de Saúde, Trabalho e Minas e Energia.

Sobre o Copom, cuja decisão será anunciada às 18 horas, a maior expectativa está no comunicado que, segundo o colunista Fábio Alves analisou na terça, deve ressaltar "a redução dos riscos domésticos".

Os economistas consultados pelo Projeções Broadcast são unânimes na avaliação de que não deve haver alteração da Selic este ano, mas divergem sobre a trajetória da política monetária em 2019. As estimativas coletadas apresentam importante diferença, variando entre 6,50% e 10,00%.

A grande dúvida entre os analistas é se o novo presidente conseguirá avançar na agenda de reformas, especialmente em relação à Previdência, o que poderia ou não antecipar o processo de normalização da política monetária.

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